São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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TRECHOS

"Eu tinha uns 3 anos quando John Wayne, a pessoa mais alta que eu já havia visto, levantou-me e sentou-me na cadeira mais alta do mundo. Ajeitei meu lindo vestido, para que minhas calcinhas não aparecessem (eu sempre tinha essa preocupação quando alguém me levantava) e fiquei ali quietinha."

"Quando as portas se abriram dando para o saguão, o homem dos bigodes sugeriu 'Encore' com um movimento ascendente da bengala, e, largando o mundo real, assenti com gesto de cabeça. Houve mais três ou quatro subidas, três ou quatro breves estudos da festa, e então meu companheiro se apresentou: 'Sou Dalí. O divino Dalí. Sou completamente maluco'."

"Quando fiz 19 anos, Dalí chegou de surpresa lá em casa e depositou um objeto no chão do corredor. 'Violência engarrafada', declarou, virou as costas e saiu. Nós -minhas irmãs, Johnny, minha mãe e eu- rodeamos a garrafa de vidro pintada de várias cores, com o azul predominando. A tinta ainda fresca. Dentro, um rato devorava um lagarto. A comoção teria deixado Dalí encantado. Minhas irmãs gritaram, minha mãe berrou: 'Tirem isso daqui. Tirem!', e meu irmão correu para a rua e atirou a garrafa no Central Park."

"Claro que eu sabia que Frank Sinatra era um astro de cinema e um cantor famoso, mas isso não me dizia muito: quando nos conhecemos, acho que eu nunca tinha ouvido uma música de Sinatra nem assistido a um de seus filmes. As pessoas da minha idade ouviam Beatles, e meus pais nunca tiveram um disco de Sinatra. Eu não sabia que Frank Sinatra era uma lenda que significava tanto para tanta gente."

"'Respeito a vida em todas as formas', disse Frank na época.
'Acredito na natureza, nos pássaros, no mar, no céu, em tudo que vejo. Se é isso que você chama de Deus, então eu acredito em Deus. Mas não acredito em um Deus pessoal a quem recorro para me consolar ou antes de uma jogada. Sou a favor de qualquer coisa que ajude a gente a passar a noite, seja oração tranquilizante ou uma garrafa de Jack Daniel's."'

"Conversamos sobre amenidades, Woody e eu, como sempre fazíamos várias vezes por dia. Quando desliguei o telefone me virei, deparei-me com um maço de fotos Polaroid pornográficas em cima da lareira: uma mulher nua com as pernas bem abertas. Custei um pouco a perceber que era Soon-Yi, minha filha."

"'Ele ficou me beijando', disse Dylan. 'Fiquei toda babada... Eu tinha que obedecer a ele. Sou criança, tenho que obedecer aos mais velhos... Doeu, doeu quando ele enfiou o dedo na... Ele disse que para trabalhar no filme dele eu tinha de fazer isso'. Em um fio de voz, Dylan contou ao pediatra que Woody tinha deitado o rosto em seu colo e a tinha tocado. Mas, quando o pediatra perguntou onde, ela não quis mais falar. O médico pediu que eu a tornasse a levá-la ao consultório no dia seguinte."

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