São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Quadrinista busca autocrítica

PEDRO CIRNE ALBUQUERQUE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Concluído após um ano de produção, o álbum "A Confluência da Forquilha" já estava pronto em 1995, mas só foi publicado agora por motivos editoriais.
O álbum mostra a história e os problemas de um artista plástico que pinta por anos seguidos o mesmo quadro, mesmo que essa atividade não lhe traga dinheiro.
Essa obsessão se originou quando ele leu o poema "O Abismo", que o levou a tentar retratá-lo por meio de imagens.
Mas, no decorrer da narração, ele vende seus serviços a um misterioso e rico empresário, dono de casa de shows noturnos.
Quando começa a ser pago pelo que produz, o artista deixa de se expressar por forma de imagens, adotando apenas palavras, não importando quão etéreo fosse o tema que ele trabalhasse -tempo, pensamento, resposta...
Mutarelli diz que "Confluência" gira em torno da interação entre roteiro e desenho. "É um pouco de como eu vejo as coisas: o verbo e a forma, o texto e a imagem se misturam", diz.
O autor diz haver uma autocrítica na obra. "Na verdade, eu sou um pouco dos dois personagens principais da história: o mocinho e o vilão."
Prêmios A quarta obra de Mutarelli tem uma ascendência premiada pela crítica brasileira.
O primeiro álbum do autor, "Transubstanciação", publicado em 1991, foi agraciado com os prêmios de melhor história brasileira (1ª Bienal Internacional de Quadrinhos), melhor desenhista nacional (Prêmio Angelo Agostini) e ainda melhor graphic novel (HQ Mix).
Em 1993, o álbum sucessor, "Desgraçados", levou os prêmios de melhor desenhista e melhor álbum, também no HQ Mix.
Finalmente, "Eu Te Amo Lucimar" ganhou, em 1994, o HQ Mix de melhor álbum de ficção, na estréia da categoria.
(PCA)

Álbum: A Confluência da Forquilha
Roteiro e arte: Lourenço Mutarelli
Capa: Claudio Cammarota
Onde encontrar: Devir Livraria (r. Maracaí, 185; pelo correio, caixa postal 15.329, CEP 01599-970)
Quanto: R$ 15 (58 págs.)

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