São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Acessórios da tecnologia incomodam

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A realidade virtual que é incrivelmente real. Tom DeFanti e Daniel Sandin acreditam ter descoberto qual é o problema com a realidade virtual: a parte virtual.
É difícil, afinal, sentir-se feliz na ponte da espaçonave Enterprise com um capacete de dois quilos pesando sobre a cabeça e um emaranhado de fibras ópticas conectando o usuário.
Assim, os dois animados professores da Universidade de Illinois (http://evlweb.eecs.uic.edu), em Chicago, sonharam uma idéia melhor. Em lugar de conectar nossas cabeças, estão eletrificando salas inteiras, levando a realidade virtual para mais perto da realidade.
Parece que funciona. Com luzes, espelhos e alguns dos mais poderosos e caros equipamentos eletrônicos existentes, o Cave (Automatic Virtual Environment) sutilmente evoca um outro mundo.
Mais do que belas imagens, o sistema oferece "a primeira evolução em termos de perspectiva desde o Renascimento", diz Sandin.
Efeitos especiais
Sandin, um professor de arte (com mestrado em física) e DeFanti, cientista da computação, vêm acompanhando essa revolução desde o começo dos anos 70.
Suas primeiras pesquisas ajudaram a produzir os espantosos efeitos especiais do primeiro filme "Guerra nas Estrelas".
"Às vezes nos sentimos como animais paralisados pelos faróis de um carro", brinca DeFanti. "Mas tivemos uma estranha sorte de principiante. Estamos no extremo em termos tecnológicos. Nosso trabalho é bem recebido."
Eles não precisarão esperar por elogios ao seu mais recente projeto. Mesmo os pessimistas quanto à realidade virtual reconhecem que o Cave está quilômetros à frente das outras máquinas de realidade virtual, com suas imagens de papelão e recursos em CD.
Nova versão
A versão de desenvolvimento do Cave, que eles vêm aperfeiçoando há três anos, é capaz de transformar o austero segundo andar do prédio de engenharia da universidade num templo grego perfeitamente reproduzido ou em um museu elegantemente projetado.
O único equipamento incômodo: um visor do tamanho de um óculos de sol, com pequenas telas de cristal líquido e uma alavanca de controle semelhante à de um videogame.

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