São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Na medula; Decepção; Sindicato fantasma; Paulo Francis; Aids no garimpo

Na medula
"A Folha reproduziu por dois dias consecutivos (23/1 e 24/1) a seguinte frase, apontada como de minha autoria: 'Não tenho medo de dizer que malufei'.
Como já havia comentado anteriormente com a jornalista, a frase correta foi: 'Eu não tenho medo que os outros achem que eu malufei'.
O apoio político ao deputado Prisco Viana é pontual e conjuntural.
O antimalufismo está incrustado em minha medula de maneira irreversível.
Prisco Viana, candidato à presidência da Câmara, obteve apoio de parcela da bancada petista exatamente por pregar a independência do Legislativo em relação ao Executivo.
Em conversa com a bancada do PT, Viana estendeu essa independência à relação com o ex-prefeito Paulo Maluf. Essa é a condição 'sine qua non' para o apoio.
Prisco, e nunca o malufismo, promete representar o oposto do atual presidente da Casa, deputado Luís Eduardo Magalhães, que nos últimos dois anos limitou-se a cumprir a agenda assinada pelo príncipe Fernando Henrique."
Sandra Starling, deputada federal pelo PT-MG (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Patricia Zorzan - A frase em questão foi reproduzida corretamente na reportagem.

Decepção
"Decepcionei-me com a inverdade e com o enfoque mal intencionado da reportagem que abordou os centros esportivos municipais (4/1).
Recebi a reportagem da Folha para falar sobre o mau estado de conservação dos centros e das reformas que faremos neles.
Até aí, tudo bem. Porém, quando a reportagem foi publicada, fui surpreendido por um título, em letras garrafais, onde eu criticava gestões anteriores, mais propriamente a do dr. Paulo Salim Maluf.
Ora, em nenhum momento da entrevista citei o nome do sr. Maluf, para mim um trabalhador, um empreendedor, um administrador que eu sempre admirei.
Se fosse para citá-lo, nunca o faria de maneira pejorativa, ao contrário.
O repórter simplesmente colocou o termo 'herança malufista' na minha boca e ainda pinçou-o para o título, fantasiando uma incompatibilidade e tornando-a mais importante do que a própria reportagem.
No mesmo dia em que a reportagem foi publicada, aliás, o repórter da Folha admitiu ao nosso assessor de imprensa, Odir Cunha, que resolveu criar a expressão por conta própria e que, por julgá-la incomum, colocou-a entre aspas. Ora, todos sabem que as aspas dão a impressão de que eu usei o termo, o que não é verdade.
Se a Secretaria Municipal de Esportes tem, hoje, um orçamento de R$ 155 milhões, isso demonstra uma vontade concreta da administração Celso Pitta de dar esporte à população.
E, como se sabe, o prefeito Celso Pitta segue a linha de administração do ex-prefeito Paulo Maluf."
Oscar Schmidt, secretário municipal de Esportes (São Paulo, SP)

Sindicato fantasma
"Sobre a reportagem 'Sindicato empresarial pode ter lesado mais de cem associados' (28/1): tal 'sindicato' está sendo alvo de ação judicial pelo Sindirepa.
Anteriormente, o Sindirepa -entidade sindical legitimamente representativa da categoria econômica da reparação de veículos no Estado de São Paulo- obteve ganho de idêntica ação, que culminou no fechamento de outra 'arapuca' denominada Sindmecânica -Sindicato das Oficinas Mecânicas, Pintura e Consertos de Veículos Automotores do Estado de São Paulo.
Na mesma época, o Sindirepa expedia ofícios não só à direção do Banco Nacional -onde as contribuições foram captadas- apontando a gravidade do problema, mas igualmente às diretorias do Banco do Estado de São Paulo, Febraban e aos Correios.
Isso em janeiro de 1994.
Quanto à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, acabou ocorrendo um fato inusitado. O Sindirepa acabou recebendo uma notificação extrajudicial da EBCT, sob a alegação dos componentes da diretoria do Sindmecânica de que o Sindirepa fora o responsável por seu fechamento, cabendo a ele pagar a conta pela remessa dos boletos do referido Sindmecânica.
Na reportagem constam prejuízos sofridos pelos Correios, numa evidência de que a lição e o calote sofrido pela EBCT não serviram para nada.
Quanto aos bancos, tivessem eles maior rigidez e seletividade na abertura de contas de sindicatos, esses oportunistas não teriam condições de amealhar essas contribuições, tão ilegais quanto indevidas.
Ao que parece, o alerta do Sindirepa à Febraban igualmente não sensibilizou os estabelecimentos de crédito, que continuam -ainda que involuntariamente- beneficiando esses falsos sindicatos, que têm à sua disposição o sistema bancário para a cobrança dessas 'contribuições'."
Fernando Alves de Oliveira, secretário-executivo do Sindirepa -Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Paulo Francis
"Primeiro Antonio Callado, depois Paulo Francis.
Assim não dá. Será que Deus quer o melhor da imprensa nacional escrevendo exclusivamente para ele?
Assim só nos sobra a tristeza."
Odair Oliveira Alves (São Paulo, SP)

Aids no garimpo
"Como se não bastassem os ataques e ofensas aos garimpeiros, durante entrevista concedida à imprensa pelo sr. Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, a Folha de 24/1 publica reportagem intitulada 'Campanha fala 'língua' do garimpo', na qual a coordenação do Programa Nacional de DST/Aids divulga trechos do roteiro do programa 'Rádio Garimpo', como parte de uma campanha daquele ministério para a prevenção da Aids em regiões de garimpos.
O referido programa de rádio, conforme se depreende nos trechos divulgados, continua batendo na mesma tecla da campanha de desmoralização da classe garimpeira, apresentando personagens que fogem à realidade geral do garimpo, fazendo apologia da bebida alcoólica, além de apresentar aos garimpeiros o gravíssimo problema da Aids de maneira leviana, jocosa e nada séria."
Jane Maria Rezende, presidente da Comissão de Apoio e Defesa dos Garimpeiros da Amazônia (Brasília, DF)

Texto Anterior: ERRAMOS
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.