São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997
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Polícia Federal investiga desvio de empréstimos para o MST

Segundo a PF, organização ficaria com 2% dos recursos

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal abriu inquérito em São Paulo para apurar um suposto desvio de empréstimos destinados à reforma agrária para o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Segundo a PF, o MST estaria cobrando 2% dos recursos do Procera (Programa de Crédito Especial da Reforma Agrária) das famílias assentadas em fazendas do Pontal.
O inquérito da PF é baseado em documentos em branco apreendidos no dia 24 de janeiro durante operação da PM paulista. De acordo com a PF, os documentos seriam assinados pelos sem-terra para autorizar o MST a receber 2% dos empréstimos do Procera.
A abertura da investigação foi comunicada ao ministro Nelson Jobim por envolver suposta destinação ilegal de recursos federais.
Gilmar Mauro, um dos coordenadores do MST, disse que os assentados contribuem voluntariamente com a entidade no valor de 1% do que recebem do Procera.
"Ninguém é obrigado", disse Mauro. Ele afirmou que a legislação do Procera assegura 2% dos recursos liberados para as entidades como o MST, que prestam assistência técnica às famílias.
FHC
O procurador federal dos direitos do cidadão, Wagner Gonçalves, acusou o presidente Fernando Henrique Cardoso de tentar transferir para governos estaduais e Ministério Público a responsabilidade pelos conflitos no campos.
"O governo federal está procurando culpados. Para nós, a culpa maior é do próprio governo federal, por não implementar a política de reforma agrária", disse.

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