São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997
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Violência domina 25 produções da seleção oficial da mostra

'O Que É Isso, Companheiro?' é único brasileiro

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Está oficialmente definida a corrida ao Urso de Ouro de Berlim-97. Sai Marco Bellochio, entra o israelense Joseph Bitchadze. O filme "Leneged Enayim Maaraviot" (Diante de Olhos Ocidentais) substitui o italiano "O Príncipe de Hamburgo", retirado pelos produtores. A 47ª edição do festival acontece a partir do dia 13.
Violência é a tônica dominante nos 25 selecionados. Guerras, o pano de fundo principal.
Em "O Paciente Inglês", o impacto do conflito se faz sentir na relação entre um explorador húngaro, uma milionária inglesa e uma enfermeira canadense. Claude Berri reconstitui a Resistência francesa em "Lucie Aubrac".
O Japão pós-Hiroshima é o tema de "Setouchi Moonlight Serenade", de Masahiro Shinoda. Já "Island on Bird Street" conta a história real de um garoto que sobreviveu ao gueto de Varsóvia.
A experiência de Ernest Hemingway na Primeira Guerra torna-se "In Love and War", de Richard Attenborough. Conflitos na Grécia e na Iugoslávia pautam respectivamente "Port Djema", de Eric Heumann, e "Território Comanche", de Gerardo Herrero.
Quatro thrillers trazem assinaturas de respeito. O brasileiro "O Que É Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto, trata do sequestro do embaixador Charles Elbrick nos anos 60. O chileno Raul Ruiz dirige Catherine Deneuve em "Genealogias de Um Crime".
"Três Histórias" é apresentado como um thriller feminista da cineasta russa Kira Muratova. Um massacre racial na Flórida dos anos 20 ressurge em "Rosewood", de John Singleton.
Os direitos humanos estão no centro de "Get on the Bus", de Spike Lee, e de "O Povo contra Larry Flynt", em que Milos Forman resume a saga do polêmico editor da revista erótica americana "Hustler". A intolerância é o coração também de "As Bruxas de Salém", rodado por Nicholas Hytner. Já "Romeu e Julieta" ressurge para a geração MTV pelas mãos de Baz Luhrmann.
Por fim, numa categoria que se poderia batizar de "filmes de iniciação", encontram-se a fita de abertura, "Senhorita Smilla e o Sentido da Neve", de Bille August, o espanhol "Segredos do Coração" e "Senhora Ninguém", do mestre polonês Andrzej Wajda. De um pólo a outro, é uma lista e tanto.

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