São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Empresário diz que foi 'usado' por Beron

FRANCISCO CÂMPERA; FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Vanderley Navarro Garcia, proprietário de três empresas citadas na lista do Banco Central como participantes de operações suspeitas com a Negocial Distribuidora, disse que foi "usado" pelo ex-gerente do Beron (Banco de Rondônia) em São Paulo por meio de sua conta corrente naquele banco.
Garcia afirma ter permitido que o ex-gerente do banco, João Maury, movimentasse sua conta em troca de comissão nos lucros de aplicações.
Essa permissão teria durado, segundo Garcia, cerca de dois anos (1995 e 1996). "Quando percebi que o volume de dinheiro era alto demais e eu não ganhava nada, proibi que o Maury usasse a conta", diz.
O ex-gerente da agência do Beron é apontado pelo BC como suspeito de lavagem de dinheiro. Maury teria relações com a Negocial, acusada de obter lucros irregulares no mercado financeiro (ver quadro ao lado).
Suposto prejuízo
As empresas de Garcia -Itapoã, Pirâmides e VNG- são citadas pelo BC como empresas que operaram com a Negocial.
Garcia nega que sejam suas outras duas empresas que operaram com a Negocial -Sholon e JCC. Ele diz que a Sholon é de sua irmã, Shirley Navarro Garcia.
Embora Garcia negue qualquer relação com a JCC, a empresa está registrada em imóvel de sua propriedade -na rua Marconi, 138/1º, centro de São Paulo.
Entre os sócios da JCC encontra-se Conceição Aparecida Marsole, com o mesmo sobrenome de Ana Maria Marsole, sócia de Garcia na VNG e na Pirâmides.
Segundo documento do BC, as operações das cinco empresas -as três de Garcia, a Sholon e a JCC- resultaram em suposto prejuízo de R$ 25 milhões para a Negocial Distribuidora.
Fantasma
Sobre a empresa fantasma VNG (iniciais do nome do empresário), Garcia alega que a abriu para assessorar outra empresa sua, em dificuldades. Ele diz que registrou a VNG na rua Marconi porque tem imóvel ali.
Sobre o registro das empresas Itapoã e Pirâmides em endereços fantasmas em Embu (região metropolitana de São Paulo), Garcia afirma que isso lhe permite pagar menos imposto.

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