São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Unicamp faz versão regional do 'Universidade Solidária'

Reitor quer trazer estudantes das regiões Norte e Nordeste

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA CAMPINAS

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vai criar em agosto uma versão regional do programa "Universidade Solidária", enviando estudantes para regiões mais carentes do Estado.
O programa original, criado por uma parceria entre o Conselho Comunidade Solidária -presidido pela primeira-dama, Ruth Cardoso-, o Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras) e o Ministério da Educação, enviou este ano 770 universitários a 74 municípios das regiões Norte e Nordeste do país.
O reitor da Unicamp, José Martins Filho, 53, disse que vai propor a regionalização para incentivar o estudo de regiões mais próximas da capital paulista.
"Tem gente que não conhece o Vale do Ribeira nem o Pontal do Paranapanema, áreas que também mostram a realidade nacional."
Martins Filho se encontrou ontem com os estudantes que passaram três semanas em Iranduba, no Amazonas, pelo "Universidade Solidária". Este ano, 14 alunos da universidade participaram do programa. Dez deles foram registrados pelo Ministério da Educação e do Desporto e outros quatro financiaram a própria viagem.
Motivo
O reitor da Unicamp afirmou que o projeto vai implantar um processo de "redescoberta do país" com participação voluntária de universitários.
"Como no próprio 'Universidade Solidária', vamos fazer avaliações constantes para ver se o programa vai dar resultados práticos para as comunidades visitadas."
Segundo Martins Filho, a Unicamp realiza o mesmo tipo de parceria do "Universidade Solidária" com dois assentamentos de sem-teto de Sumaré (130 km a noroeste de São Paulo).
"É um esquema de cooperativa, mas lá o trabalho não é voluntário, é encarado pelos estudantes como parte do currículo", afirmou.
Martins Filho, que também é presidente do Crub, anunciou que vai propor uma modificação no programa "Universidade Solidária".
Ele pretende trazer estudantes das regiões Norte e Nordeste para conhecer a região Sul. "Nós temos a visão que lá é carente, mas eles não têm noção de como é aqui, que também tem problemas", disse.

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