São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Venda de carro a álcool é zero em janeiro

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de carros movidos a álcool registrou recorde histórico negativo no primeiro mês do ano: pela primeira vez, as fábricas não conseguiram vender nenhuma unidade para as concessionárias.
"É um zero estatístico", diz Silvano Valentino, presidente da Anfavea, a associação que reúne as montadoras. "Foram tão poucos que não foi possível calcular. O mercado do carro a álcool está desaparecendo. "
Em 94, o carro a álcool representava 12,2% das vendas de automóveis no mercado interno. A participação despencou para 3,2% em 95, e 0,5% no ano passado. Em janeiro de 96, foram vendidos 841 carros.
"Quem determina o mercado é o consumidor, não o fabricante", diz Valentino. "Vendemos cada vez menos carros a álcool porque temos cada vez menos fregueses."
Segundo as montadoras, a reativação do mercado do carro a álcool depende de política do governo e não de uma decisão das fábricas. "O país não tem plano traçado de matriz energética", afirma Valentino.
Em 1986, 96% dos automóveis vendidos no país eram movidos a álcool. O preço do combustível era mais baixo do que o da gasolina e havia incentivos fiscais para o consumidor e para a indústria.
A queda começou em 90, ano em que houve falta de álcool e filas nos postos para encher o tanque. A participação do carro a álcool no mercado, que era de 61% em 89, caiu para 13,2%.
"Popular"
Enquanto o carro a álcool desaparece das concessionárias, o "popular" continua aumentando sua participação nas vendas.
No mês passado, os "populares" representaram 61% de todos os carros produzidos e vendidos no país, batendo o recorde anterior (60,5%, em fevereiro de 96).
A indústria entregou para seus revendedores 61.278 unidades no mês passado. Em volume de carros vendidos, o recorde ainda é de outubro de 96, com 67.900 "populares" comercializados.
Vendas em alta
As montadoras e importadores venderam no atacado 135.306 unidades no mês passado, 28,6% mais que em janeiro de 96.
A produção de veículos, no mesmo período, cresceu 24,75%. Passou de 109.362, para 136.429 em janeiro deste ano. A Anfavea prevê novo recorde de produção em abril: 184.221 unidades, média de 8.772 veículos fabricados por dia.
As exportações também aumentaram. A indústria vendeu ao exterior 17.762 veículos no mês passado, resultado 59,73% superior a janeiro de 96. Somando as vendas de máquinas agrícolas, o setor faturou US$ 202 milhões com exportações em janeiro.

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