São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Bucaram tenta evitar impeachment

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Equador, Abdalá Bucaram, prometeu mudanças substanciais no seu governo em uma tentativa de impedir a sua destituição, que poderia acontecer ainda na noite de ontem.
O Congresso, unicameral, marcou a sessão extraordinária para discutir o impeachment para as 18h de ontem (21h em Brasília). São necessários 42 dos 82 votos para a decisão. A destituição, com base em uma alegada "incapacidade para governar", já foi pedida por 51 deputados.
Abdalá fez um pronunciamento de cerca de cinco minutos pela TV, na noite de quarta-feira (madrugada de ontem em Brasília).
Ele prometeu "para as próximas horas retificações importantíssimas que conduzam à busca de um acordo nacional na conformação de seu gabinete e na aplicação de uma plano de ação imediata econômica e social", dando a entender que sacrificaria seus ministros para manter seu mandato.
Outra providência para tentar salvar seu governo foi o anúncio da anulação de medidas econômicas impopulares, que causaram a greve geral contra seu governo, como o aumento de tarifas públicas.
Em seu comunicado, Bucaram elogiou o comportamento da população no primeiro dia da greve.
Na quarta-feira, o movimento teve adesão maciça no interior e nas principais cidades. Houve choques entre policiais e manifestantes que deixaram 18 feridos.
Ontem, as centrais sindicais anunciaram que a greve geral duraria por tempo indeterminado, em vez das 48 horas previstas anteriormente. Os oposicionistas querem manter a greve até que Bucaram deixe o governo - o que dependia da decisão do Congresso na sessão de ontem à noite.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, houve acusações de golpe de Estado no país. Foi a vez de Bucaram anunciar um complô contra seu governo, iniciado em agosto.
Na véspera, a vice-presidente Rosalía Arteaga, adversária de Bucaram, dissera que o Parlamento tramava um golpe para impedir a posse dela, enquanto Alarcón disse que o presidente planejava prendê-lo.
Ontem, o presidente disse que a sua destituição pelos deputados seria um atentado à Constituição.

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