São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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UM CAMINHO A SEGUIR

A deterioração das rodovias do país nas últimas duas décadas raramente recebeu da parte do poder público a atenção necessária. As poucas ações do governo federal foram marcadas por ineficiência e controvérsia -como nos casos do selo-pedágio (governo Sarney) e do programa "SOS Rodovias" (governo Collor).
A concessão da administração de estradas à iniciativa privada surge agora como uma alternativa que, pelos resultados demonstrados até o momento, merece ser expandida para que se contraponha ao abandono a que foi relegado o setor.
Entregue há cerca de um ano à NovaDutra -formada por um consórcio de empresas privadas-, a rodovia Presidente Dutra, ligação entre os dois maiores centros urbanos do país, já registra um salto de qualidade perceptível para seus usuários.
Com um pedágio mais barato do que os de estradas vizinhas -R$ 2,81 para cada 100 quilômetros contra R$ 7,02 na Ayrton Senna, se calculado com base na mesma distância-, a Dutra já recebeu um investimento de R$ 268 milhões em compra de equipamentos, obras e implantação de um sistema de atendimento aos motoristas. Até o ano 2000, segundo o contrato, deverão ser investidos pela NovaDutra R$ 469 milhões.
Pesquisa divulgada esta semana pela empresa mostra que 83% dos usuários consideram ótimo ou bom o seu desempenho na operação da rodovia. Esse resultado é certamente decorrente das diversas melhorias feitas neste período inicial de administração, que incluíram a pavimentação de 35% da estrada e a recuperação da sinalização, de viadutos, passarelas e defensas metálicas.
O interesse de uma empresa e o sucesso de sua participação dependem obviamente das condições em que se encontra inicialmente uma rodovia e do seu fluxo de veículos. Devido a tais exigências, certamente ainda ficará nas mãos do poder público grande parte da responsabilidade pela manutenção das estradas do país.
Mas está claro que a iniciativa privada tornou-se um parceiro mais do que bem-vindo nesse setor. Diante da escassez de alternativas, ao menos existe hoje um caminho a seguir.

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