São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A migração do PPB

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Não vai ficar por isso mesmo o racha do PPB durante a votação da emenda da reeleição.
O partido de Paulo Maluf tinha 87 deputados. Foram 44 votos a favor e 43 contra a reeleição.
A piada em Brasília é que só não rachou ao meio porque o número de deputados era ímpar.
O comandante da votação a favor do governo foi o deputado Pauderney Avelino (PPB-AM). Ele está agora trabalhando em outra missão: "A minha saída do PPB e a de outros companheiros para outro partido".
Pauderney, que viaja amanhã a convite de Fernando Henrique Cardoso na comitiva presidencial para a Europa, não toma decisões sozinho:
"Todas as ações políticas que faço são de forma coordenada com o presidente e com o governador Amazonino Mendes".
Amazonino, governador do Amazonas, está para entrar no PFL.
Pauderney chegou a cogitar da possibilidade de formar um novo partido. Mas isso é muito difícil, para não dizer impossível. "O mais provável é que os deputados do PPB saiam em direção ao PFL e ao PSDB", diz.
Cerca de 30 deputados devem deixar o PPB, nas contas dos rebeldes. "A bancada do partido já caiu de 87 para 80 nessas últimas duas semanas", relata Pauderney, que esteve ontem no Rio para conversar com o único ministro pepebista, Francisco Dornelles (Indústria e Comércio).
Paulo Maluf é a razão de toda a cizânia. Fala Pauderney: "O Maluf quer rachar. Ele prefere um partido menor, que seja mais fácil para ele mandar".
Essa migração do PPB, se ocorrer mesmo, deve vingar em março. Nessa época já terá baixado a poeira da emenda da reeleição e das eleições traumáticas dos presidentes da Câmara e do Senado.
Será o "timing" ideal, na opinião de Pauderney, para dar o golpe de misericórdia no PPB rachado.
Será, também, o momento em que Paulo Maluf ficará um pouco mais distante da realização de seu sonho de ser presidente.

Texto Anterior: Idéias e importações
Próximo Texto: U-tererê
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.