São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997 |
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Reeleição racha até bloco carnavalesco Bloco do Pacotão decide vetar música sobre presidente RAQUEL ULHÔA
O samba-enredo vencedor ("Segura 20 anos...", do publicitário Carlinhos Caetano) diz que reeleição "tem jabá à beça", chama o neoliberalismo de "fel liberalismo" e pede que a primeira-dama Ruth Cardoso segure "o tchan do Fernandão". A música "Charles Preto Chega Lá", uma das favoritas, não ganhou porque sua letra foi interpretada como apologia à reeleição de FHC, segundo os próprios organizadores do concurso e do bloco. O samba defende a reeleição de Charles Preto, o presidente fictício do Pacotão, por mais 20 anos. Nota divulgada pela coordenação do Pacotão diz que a música "era na verdade uma provocação perpetrada nos porões do Palácio do Planalto, a serviço da aprovação da reeleição, já que seu estribilho é acintosamente uma propaganda subliminar para a permanência de FHC no Planalto". A "Turma do Pequi" (seis jornalistas autores da música) protestou. Segundo o grupo, a música defende a reeleição apenas para o presidente do Pacotão. No dia da escolha das música, o grupo levou faixas com os dizeres: "Reeleição, só para Charles Preto" e "Serjão para Rei Momo". A música polêmica diz: "O Rei Momo fez a cabeça do Charles/Que antigamente era da oposição/Mas gostou tanto da farra e da orgia/Que agora só pensa em reeleição". O estribilho, parte mais criticada pela diretoria do Pacotão, diz: "Reeleição, reeleição/ Mais 20 anos/ (Pra quem?)/ Pro imperador do Pacotão". Para completar a brincadeira, o jornalista José Ramos disse que Charles Preto promete reagir e realizar um plebiscito para que a população opine sobre seu direito à reeleição. Texto Anterior: Câmara gasta R$ 2 mi com novo painel Próximo Texto: Bloco satiriza emenda de FHC Índice |
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