São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997
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Palmeiras dá largada como 'secundário'

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras abre o badalado Campeonato Paulista de 1997, hoje, às 16h, enfrentando o São José, em São José dos Campos, sem o favoritismo que caracterizou o time nas últimas edições do torneio.
Pela primeira vez desde 1993, quando a patrocinadora Parmalat passou a investir maciçamente em reforços, o Palmeiras entra em uma disputa como uma força secundária.
Sem nenhuma contratação de peso, a equipe foi ofuscada pelo Corinthians, que contratou muito, e pelo Santos, que conquistou o título do Torneio Rio-São Paulo.
"Agora, as atenções estão divididas", disse o meia Djalminha.
Para o lateral-direito Cafu, "Corinthians e Santos são mesmo os favoritos ao título".
"É bom as pessoas falarem do Corinthians e do Santos e deixarem o Palmeiras correr por fora", afirmou o atacante Viola.
Na verdade, os jogadores esperam que as cobranças sobre a equipe também diminuam.
Comparação
As comparações com o time que encantou o Brasil, vencendo com folga o Paulista do ano passado, são inevitáveis.
"Mas esse tipo de comparação não deveria haver. Quem vive de passado é museu", disse Viola, que não participou do time de 1996.
"Aquela foi uma campanha memorável. Terminamos o campeonato com quase 30 pontos de diferença sobre o segundo colocado. Isso não vai acontecer todo ano", alertou Djalminha.
"Aquele time de 96 provou. O atual ainda tem muito o que provar", disse Luizão.
Para o técnico interino Márcio Araújo, a queda de qualidade da equipe tem que ser compensada com mais dedicação.
"Agora, os jogadores do Palmeiras precisam de mais motivação, de mais rigor no cumprimento dos deveres dentro e fora de campo. Se ficarmos acomodados, vamos perder até de equipes inferiores", afirmou, preocupado.
Hoje, o time não terá o meia Rincón, que está na seleção colombiana. Isso fez com que Márcio Araújo reeditasse a dupla Luizão-Viola, que fracassou no Rio-SP.
"Eles mostraram um progresso muito grande", justificou Araújo.
"Logo, vão nos chamar de a melhor dupla do Brasil", afirmou Luizão. "Pelo menos é a dupla mais cara do país. E, por isso, precisa jogar", disse Viola.
Juíza
Uma das atrações do jogo desta tarde será o trio de arbitragem feminino, comandado pela juíza canadense Sonia Denoncourt, 32,
Pertencente ao quadro da Fifa, ela dirigiu a semifinal dos Jogos Olímpicos de Atlanta-96, entre EUA e Noruega.
"É a primeira vez que jogarei sob o comando de uma mulher, mas o que me preocupa é o fato de ela ser estrangeira, não entender nossa língua e talvez não estar sabendo muito sobre a nova determinação que proíbe a formação de barreira", disse Djalminha.
Ele, aliás, os demais jogadores e o técnico Márcio Araújo entrarão em campo hoje confusos.
"Vamos ver como essa nova determinação funciona na prática. Mas será difícil. São poucos dias para se derrubar uma cultura de décadas", disse Araújo.

NA TV - Record e Bandeirantes, ao vivo, às 16h

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