São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997 |
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Imprensa condena nova versão
DA REPORTAGEM LOCAL Depois de uma série de assassinatos de crianças na Europa, relacionados sempre a perversões sexuais, o que a Inglaterra não poderia suportar era possibilidade de uma outra "Lolita".Uma vítima antecipada da "sanatização" feita pelo governo conservador inglês -que veta a exibição de filmes, como "Crash", de David Cronenberg, ou qualquer exposição que possa sugerir pornografia-, "Lolita", antes mesmo de sua estréia, já sofre violentos ataques da imprensa britânica. Um exemplo é o jornal dominical "The Observer". Das páginas de política às de economia, cultura ou moda, frequentemente os nomes mais conhecidos dos leitores se referem a "Lolita" como "a versão daquele pornógrafo para a obra de Nabokov". O argumento é que, em um país traumatizado pela pedofilia, não se pode permitir que o mesmo diretor de "Nove e Meia Semanas de Amor", mais uma vez depois do diretor Stanley Kubrick, queira oferecer um show de luxúria para anormais. Em defesa do filme, o ator Jeremy Irons (um dos protagonistas) declarou: "Se 'Lolita' for proibido, não viverei mais na Inglaterra". O "Observer" respondeu dias depois: "Então vá, Jeremy. Vá". Texto Anterior: O mundo ainda não quer ver o escândalo "Lolita" Próximo Texto: Filme nasceu para ser refeito Índice |
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