São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997
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Sem barganha; Surpresa; Tratamento de Osmar Santos; Paulo Francis; Joaquinzão

Sem barganha
"A Folha de 31/1 publicou na coluna 'Painel' nota denominada 'Balcão 1', que não corresponde à inteira verdade.
De fato sou ligada ao Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira -que tem o nome de nosso falecido pai.
Na Newton Paiva, atuei 12 anos ininterruptos como professora, coordenadora do curso de comunicação social, diretora de comunicação e vice-presidente nos últimos anos.
Não posso conceder que devido a essa ligação de origem profissional e familiar seja eu incluída numa posição de 'barganha' com FHC, atitude da qual sempre busquei fugir por considerar politicamente incorreta.
O que a instituição obtiver ou não, não me parece justo associar meu nome a todas as suas conquistas. Afinal a entidade em questão existe há 25 anos e sua história fala por si só. Há dois anos estou militando em Brasília, o que demonstra que tudo que ela conseguiu não se deveu à minha pessoa."
Maria Elvira, vice-líder do PMDB na Câmara e presidente do Fórum de Mulheres do Mercosul (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Raymundo Costa - Em 24 de janeiro, o "Diário Oficial" da União publicou autorização para aumentar o número de vagas de dois cursos das faculdades Newton Paiva. A deputada declarara antes dessa data que só votaria a reeleição após 15 de fevereiro, data definida pela convenção do partido, mas votou, a favor, no dia 28.

Surpresa
"Foi com surpresa que li em 7/2 a manchete intitulada 'Congresso aprova só 7 projetos', de autoria de dois repórteres da Sucursal de Brasília.
Ora, o Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. E somente o Senado, durante a convocação extraordinária, aprovou 35 matérias, das quais 3 foram enviadas à sanção presidencial, 31, à promulgação, e 1, à Câmara.
Além disso, o Senado arquivou duas matérias, após examiná-las e discuti-las. Ao todo, portanto, o Senado debateu e apreciou 37 matérias durante a convocação extraordinária.
Quero ainda apontar o raciocínio enganoso sustentado na manchete, ao estipular custos a partir de projetos aprovados.
Isso vale dizer que o Congresso só trabalha quando aprova as propostas examinadas, o que, naturalmente, é uma idéia absurda, pois o Legislativo tem como função legislar.
Deve, assim, discutir cada proposta, podendo aprová-la ou não. Muitas vezes uma matéria rejeitada exige mais tempo, dedicação, exame e trabalho dos parlamentares do que uma matéria aprovada. Mas pelo que a notícia sugere, se não aprovou, não trabalhou, e pronto.
É lamentável ler coisas desse tipo num jornal inteligente como a Folha, que tantas contribuições tem dado ao processo de consolidação da democracia no nosso país."
Fernando César Mesquita, diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal (Brasília, DF)

Nota da Redação - O levantamento da Folha, conforme esclarecimento feito já no segundo parágrafo da reportagem, excluiu "projetos de resolução (que tratam de questões internas do Legislativo), mensagens e projetos de decreto legislativo (que, na maioria dos casos, avalizam acordos internacionais)". No caso do Senado, se enquadram nessa caracterização 33 das 37 matérias citadas por Mesquita. As quatro restantes são projetos de lei, enumerados e explicados pela reportagem. Os projetos de resolução, mensagens e projetos de decreto legislativo não são sequer especificados nominalmente na pauta da convocação extraordinária.

Tratamento de Osmar Santos
"Tem esta a finalidade de esclarecer definitivamente os desdobramentos sobre procedimentos e comportamento de profissionais de medicina que, direta ou indiretamente, participaram do tratamento de nosso querido Osmar Santos.
Estamos profundamente agradecidos a todos aqueles que participaram e aos que continuam participando na recuperação do nosso irmão.
Particularmente ao dr. Jorge Pagura -cuja indicação foi feita por profissionais amigos a quem muito agradecemos-, que, além de realizar a segunda cirurgia, continua à frente, orientando o tratamento que visa a reabilitação do Osmar."
Odinei Edson Santos, Oscar Ulisses Santos e Osório Santos (São Paulo, SP)

Paulo Francis
"Ninguém é insubstituível, diz a máxima. Porém o espaço que ele deixa é impreenchível.
Agradava-me muito o seu estilo, a sua franqueza e a oportunidade de suas palavras.
Paulo Francis era um craque."
José Bolivar Bretas (Assis Chateaubriand, PR)
*
"À consternação pela morte de Paulo Francis juntam-se duas quase decepções.
Primeira: no judicioso perfil traçado por Janio de Freitas, em que pese a ênfase no brilho do jornalista, as estocadas nas fraquezas lá dele chegam tarde, muito tarde.
Segunda: o lúcido Elio Gaspari tropeça feio e inverte princípios. Queria que o dr. Rennó desse o lombo às chibatadas do boquirroto e ainda agradecesse?"
Hércules Domingues de Farias (Mirassol, SP)
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"Essa do sr. Elio Gaspari eu não entendi! Um jornalista normalmente engajado na defesa das boas causas -uma página de alegria e desabafo que este jornal vem proporcionando ultimamente- achar que o presidente da Petrobrás não tem o direito de exigir na Justiça reparo por aquilo que julga ser uma injúria contra a instituição que dirige?
O que mais deveria ele fazer?"
Dorinato Gomes de Lima (Santos, SP)
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"Acaba de falecer Paulo Francis. Polêmico, controvertido, mas, acima de tudo, racista.
Num de seus últimos desvarios, talvez já senil, declarou que não houve chacina da Candelária e sim faxina na Candelária.
Que Deus seja piedoso e que sua alma repouse em paz, junto com as vítimas da Candelária e tantas outras chacinas."
Roberto C. Flesh (Florianópolis, SC)
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Joaquinzão
"Não é fácil falar de quem sempre colocou o coletivo acima de tudo, inclusive de sua própria vida pessoal, dedicando-a inteiramente à luta sindical.
É esse o legado que Joaquinzão nos deixou e que nós, atuais diretores da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, orgulhosa e humildemente, como seus sucessores, temos tentado praticar durante todo o transcorrer de nossa vida político-sindical.
Hoje, se ainda estivesse ou pudesse estar na ativa, com certeza Joaquinzão estaria orgulhoso."
Antonio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (São Paulo, SP)

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