São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997 |
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DIVERSÃO E CRIME Ao lançar uma campanha contra o turismo sexual infantil, na última quarta-feira, o governo federal deu um importante passo na luta contra essa lamentável prática presente em várias regiões do país. A exploração sexual de crianças e adolescentes não só é ilegal e inaceitável como também conspira fortemente contra a imagem do Brasil no exterior. Essa atividade atinge uma gravidade muito maior em países do sudeste asiático, onde meninas ainda no início da puberdade se oferecem sexualmente a turistas, principalmente europeus, por uma dezena de dólares. Para que o Brasil não chegue ao estágio crítico desses países, o melhor caminho é o esclarecimento por meio da propaganda e da denúncia. Nesse sentido, é louvável que a campanha inclua um serviço telefônico específico para receber informações sobre aliciadores de crianças. O presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente da Embratur, Caio de Carvalho, defenderam uma mudança no perfil do turismo brasileiro. Para eles, o país deveria atrair mais turistas que tragam as famílias e optem por atividades culturais ou ligadas ao meio ambiente. Trata-se de um objetivo a ser perseguido. Mas é preciso que o espírito do Carnaval, que inclui uma saudável contemplação da beleza física, ou a própria imagem das belas praias do litoral brasileiro não sejam confundidos com as ações criminosas que possam permeá-los. Combater a prostituição infantil é uma tarefa policial a ser promovida durante todo o ano e não apenas nas festas carnavalescas. Na verdade, o Brasil ainda carece de uma satisfatória infra-estrutura turística. Cabe ao Estado e à iniciativa privada promover uma maior segurança nas cidades e limpeza nas praias e oferecer bons serviços, inclusive com informações culturais e históricas. Um verdadeiro investimento nessa área ajudaria a dissociar o país da imagem de um local de união da diversão com o crime. Texto Anterior: AMÉRICA PROFUNDA Próximo Texto: Até a Rolls Royce Índice |
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