São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997 |
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Mais empresas entram no Clube do Bi FÁTIMA FERNANDES MILTON GAMEZ; FÁTIMA FERNANDEZ
Pelo menos sete empresas privadas entraram para o cobiçado Clube do Bi no ano passado. Essa entidade virtual não tem sede social, endereço ou regulamentos, mas propicia status invejável no meio empresarial. O clube reúne quem fatura pelo menos US$ 1 bilhão por ano. Em 95, havia 47 companhias privadas na lista, também frequentada por 15 estatais, segundo o anuário "Melhores e Maiores". Dois anos antes, o número era bem menor: 23 privadas e 12 públicas. As empresas ainda não fecharam seus balanços, mas algumas adiantam ter conseguido "comprar o título" em 96 . São nomes como Perdigão, Grendene, Kaiser, Parmalat, Sharp e Itautec Philco, além da White Martins. As seis primeiras ultrapassaram a marca do US$ 1 bilhão impulsionadas por uma legião de novos consumidores -13 milhões, segundo o governo- que emergiram após o Plano Real. Eles foram às compras e multiplicaram o faturamento dessas companhias. A indústria química White Martins, de seu lado, cresceu com a compra da Liquid Carbonic. "Não há um empresário ou presidente de empresa que não tenha a meta de faturar mais de US$ 1 bilhão por ano", diz Antônio de Castro, chefe da área de análises de empresas do Citibank. "Uma companhia com esse volume de vendas é respeitada em qualquer lugar do mundo", explica. Os fabricantes de produtos de consumo aumentaram suas vendas entre 20% e 30% no ano passado para chegar ao Clube do Bi, deixando para trás o medíocre crescimento do PIB (soma dos serviços e produtos) do país, de 3,1%. "Muitas empresas cresceram por conta própria, outras compraram concorrentes e ganharam mercado, aumentando a concentração industrial", avalia Castro. Para o analista, a Parmalat, que faturou cerca US$ 1,05 bilhão em 96, é um exemplo de oligopolização do setor de alimentos. Oligopólio é quando um pequeno número de empresas domina uma determinada atividade. Para a empresa, o comportamento do consumidor é que a levou ao Clube do Bi. Após a queda da inflação, a Parmalat registrou aumento de 30% na venda de leite de saquinho. Meses depois, cresceram as vendas de leite do tipo longa vida, de iogurtes, de sucos de frutas e de outros produtos mais elaborados. Na realidade, ganhou em 96 quem soube se preparar para a segunda fase do consumo após o Real: a dos supérfluos. Do frango, os consumidores passaram para as salsichas e as carnes beneficiadas. Ponto para a Perdigão. Depois dos fogões e geladeiras, veio a hora dos microondas e aparelhos de áudio e vídeo. Ponto para a Sharp. LEIA MAIS sobre vendas à pág. 2-9 Próximo Texto: Alegria no varejo; Sem repasse; No comando; Troca de ações; Muito carnaval; Maquiavélicas; Sem demora; Olho no voto; Apelando ao presidente; Procura-se executivo; Maomé; Linha de frente; Sofisticação em massa; Mais acesso; Quase real; Banco virtual; Desburocratizando; Faltando caixa Índice |
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