São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997 |
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CDB sobrevive com aplicações de fundos
GABRIEL J. DE CARVALHO
Ao contrário das empresas e das pessoas físicas, lembra Eduardo Santalucia, gerente de investimentos do banco Sudameris, os fundos são imunes à CPMF porque nas suas contas correntes a alíquota dessa contribuição social é zero. O baque sentido pelos CDBs com o novo "imposto do cheque", entretanto, foi sensível, e registrado com antecedência. Os CDBs pós-fixados têm bem menos adeptos: estoque de R$ 3,83 bilhões nos indexados à TR, e de R$ 87 milhões, à TBF. Segundo Santalucia, a forte saída dos CDBs foi comandada justamente por quem tinha preferência por esse investimento e obtinha juros mais altos: empresas e fundos de pensão. No CDB, os juros sempre variaram de acordo com a quantia aplicada. Poupança bate CDB A poupança teve seu melhor mês em dezembro, com avanço de 7,6% no saldo total. Motivo: TR bem mais encorpada. Mas em janeiro também foi bem. A captação líquida foi positiva (mais depósitos do que saques) em R$ 3,51 bilhões, contra R$ 4,19 bilhões em dezembro. O saldo das cadernetas chegou a R$ 76,42 bilhões em 31 de janeiro: R$ 63,12 bilhões no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e R$ 13,30 bilhões na rural (Banco do Brasil, Basa e BNB). No ano passado, até o terceiro trimestre, rendendo bem menos que as demais aplicações, o salto total da poupança estava empacado na casa dos R$ 64 bilhões. Explosão nos FIFs 60 Mas foram os fundos de 60 dias que estouraram a boca do balão em janeiro: captação líquida de nada menos do que R$ 17,28 bilhões. Apesar dos aspectos negativos da CPMF, esse tributo teve pelo menos mais um efeito positivo, além do reforço ao orçamento da Saúde: estimulou o alongamento do prazo das aplicações. O patrimônio líquido dos fundos de 60 dias fechou janeiro em R$ 98,59 bilhões. Era de R$ 74,72 bilhões no final de novembro, e R$ 79,99 bilhões no de dezembro. Até os fundos de 30 dias, que não despertaram tanto interesse do investidor após seu lançamento, a partir de outubro de 1995, ganharam algum fôlego no mês passado. A captação foi positiva em R$ 822 milhões, com o que o patrimônio líquido subiu para R$ 5,78 bilhões. Parte da migração de janeiro teve como destino os fundos de ações e, principalmente, os de carteira livre, que tiveram captação positiva de R$ 1,24 bilhão. Texto Anterior: O déficit em serviços Próximo Texto: Curto prazo abriga "dinheiro comodista" Índice |
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