São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Jiu-jitsu não é vale-tudo

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois que o lutador brasileiro de jiu-jitsu Rickson Gracie se tornou um supercampeão do Ultimate Fighting Championship, ou vale-tudo, como a competição norte-americana é conhecida por aqui, muita gente misturou as bolas e achou que jiu-jitsu e vale-tudo são a mesma coisa. Pois não são.
Na verdade, Gracie usou a técnica do jiu-jitsu, aliada a socos e chutes, para se dar bem contra os adversários.
Os campeonatos de vale-tudo acontecem dentro de uma espécie de jaula, de oito lados, cercada por uma grade de 1,8 metro de altura.
Dentro desse ringue, que lembra aqueles dos filmes de gladiadores, lutadores de diversas modalidades se enfrentam em um combate muitas vezes sangrento, até que um deles desista ou que o juiz perceba que um dos adversários não tem mais condições de reagir.
Participam lutadores de boxe, caratê, kung fu, tae-ken-do do etc. Rickson ganhou fama por ser um lutador pequeno para os padrões do vale-tudo (tem apenas 1,78 m e 85 quilos) e ter vencido todas as suas lutas, mais de 400.
Graças a Rickson, o jiu-jitsu passou a ser visto como uma luta imbatível, mais eficiente do que todas as outras. "Quase sempre um combate termina no solo e é aí que o jiu-jitsu entra na jogada", diz o mestre da luta Flávio Begring.
Inspirada pela invencibilidade de Gracie, muita gente passou a procurar as academias de jiu-jitsu. "Tem gente que chega aqui e diz: 'quero fazer aula de vale-tudo'", conta fernando Yamazaki, professor da Fórmula Academia.
"Não há dúvidas quanto à eficiência do jiu-jitsu, mas Rickson se tornou um campeão porque tem o dom de lutar", diz flávio Behring.

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