São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Descobriu o câncer em 94

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Em 1994, Mário Henrique Simonsen descobriu que tinha câncer em um dos pulmões. Desde então, viveu uma rotina de internações que o levou a passar praticamente todo o último ano de sua vida em hospitais.
Em alguns momentos de melhora, chegou a ir para casa por alguns dias, mas a maior parte do tempo Simonsen "morou" no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano.
O economista passou os últimos dois meses sedado e respirando com auxílio de aparelhos. "Eu me sentia mal ao vê-lo assim. Ele sofria muito com aqueles tubos todos. Nos últimos meses, ele vivia dopado com morfina, se não morreria de dor", disse o amigo Ney Coe de Oliveira, 70.
Os médicos de Simonsen -o oncologista Gilberto Salgado e o cardiologista Arthur Miranda Filho- manifestavam não ter mais esperanças de restituir a saúde ao paciente ilustre.
Ainda em 1994, depois de um primeiro tratamento quimioterápico, Simonsen parecia curado. Tempos depois, porém, seus médicos descobriram uma metástase do tumor no cérebro. Após passar por tratamento radioterápico, Simonsen parecia novamente bem de saúde.
A mulher de Simonsen, Iluska, afirmou que, em janeiro do ano passado, eles chegaram a sair para jantar para comemorar o bom resultado de uma tomografia, que registrara que não havia mais sinal do tumor.
Mas, em 16 de fevereiro, logo após ser condecorado na Fundação Getúlio Vargas com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, Simonsen passou mal e desmaiou.
Internado no hospital Samaritano, começaria então um ano de sofrimento. Internado no CTI, Simonsen chegou a ser transferido para o quarto algumas vezes.
Em setembro, após ligeira melhora, pôde ir para casa. Após quase um mês em casa, contraiu pneumonia, sendo novamente internado. Em 21 de novembro, foi internado mais uma vez no CTI, de onde não mais saiu com vida.
(RL)

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