São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997 |
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Mocidade desfila sob gritos de 'bicampeã'
FERNANDO PAULINO NETO
O desenvolvimento do enredo "De Corpo e Alma na Avenida" foi considerado "quase perfeito" pelo carnavalesco Renato Lage. "Eu sou perfeccionista. Sempre tem um gerador quebrado aqui, um carro empacado ali", disse ele. Lage referia-se à falha do gerador do carro abre-alas, que trazia 140 mil lâmpadas pisca-pisca e passou quase todo o desfile apagado. "O responsável pelo gerador bebeu demais e sumiu. Isso não vai acontecer mais", disse. Para Lage, a Mocidade fez um "grande desfile". A viagem concebida pelo carnavalesco pelo corpo humano foi contada com luxo, efeitos especiais, fantasias e carros alegóricos muito bem cuidados. Segundo o carnavalesco, a escola saiu com a "alma" dos desfilantes. As fantasias estavam entrosadas com o enredo. Os carros, além de luxuosos, como o do cérebro, todo vermelho e em néon, continham crítica e bom humor. A bateria, considerada o "coração" da escola, veio fantasiada com corações. O ator Victor Fasano, de Apolo, foi o destaque do carro beleza grega. Quando o carro parou, próximo ao final do desfile, mulheres na arquibancada, à beira da pista, esticavam máquinas fotográficas para que diretores da escola tirassem fotos dos atores. Muitos atenderam aos pedidos. Antes, a Viradouro, com o enredo "Trevas! Luz! Escuridão!", de Joãosinho Trinta, a terceira escola a desfilar, havia sido a primeira a levantar a torcida, graças, principalmente à qualidade do samba e às alegorias do carnavalesco. Beija-Flor, com "A Beija-Flor é Festa na Sapucaí", fez um desfile em que os destaques foram os carros alegóricos luxuosos para contar a história das festas populares como o réveillon, Natal e, obviamente, o Carnaval. Com fantasias bem cuidadas e o apoio do governo de Pernambuco, a Portela apresentou o enredo "Linda, Eternamente Olinda". A modelo Adriane Galisteu incorporou o personagem: a cada vez que o refrão "A Portela mostra como é linda/Oh, linda/Olinda", Adriane apontava para si mesma. A Vila Isabel, que anunciava estar sem dinheiro e prometia um desfile pobre, acabou aparecendo com fantasias ricas e carros bem trabalhados para defender a tradição do samba em "Não deixe o Samba Morrer". Unidos de Santa Cruz, União da Ilha e Estácio de Sá fizeram desfiles fracos e são candidatos ao rebaixamento. Quatro escolas serão rebaixadas e apenas duas subirão. Texto Anterior: Pacientes desfilam no Rio Próximo Texto: Porta-bandeira vira bailarina Índice |
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