São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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Detentos se rebelam por 6 horas e depredam cadeia superlotada

Presos colocam fogo em colchões para exigir transferência

DA AGÊNCIA FOLHA

Uma rebelião de seis horas ocorreu ontem na cadeia pública de Ribeirão Pires (35 km a sudeste de São Paulo), região do ABCD. O fim da rebelião, que começou às 11h30, foi negociado entre três dos 350 detentos rebelados e a juíza Aída Inês Del Cid.
Ficou acertada a transferência imediata de 40 presos para a Casa de Detenção de São Paulo. Na próxima semana haverá a remoção de outros presos.
Os 350 presos tomaram o pátio da cadeia antes do almoço, exigindo transferência para outras cadeias do Estado.
A cadeia de Ribeirão Pires está superlotada. Tem 14 celas, com capacidade para apenas 90 presos.
Os presos colocaram fogo em colchões. As chamas foram controlados pelo Corpo de Bombeiros, que jogou água sobre o pátio.
Segundo o delegado de Mauá, Mencir Casali Vespasiano, que acompanhou a rebelião, cerca de 50% das celas ficaram danificadas.
"Sobretudo as portas, grades e janelas, o que impossibilitava o recolhimento de parte dos presos. Os funcionários entraram no presídio para fazer um levantamento dos prejuízos e reparos necessários", disse ele.
"As denúncias de agressão, maus tratos e torturas que alguns presos teriam relatado à imprensa não foram confirmadas à juíza. De qualquer forma, vamos instaurar um procedimento para apurá-las", afirmou Vespasiano.
Um batalhão da Polícia Militar disparou, às 14h, cerca de 50 tiros para o alto como forma de repreender os presos rebelados no pátio e evitar fugas.

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