São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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Petição adia liberação de presas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma petição de última hora, entregue à Suprema Corte de Justiça de Israel, interrompeu a libertação de prisioneiras palestinas que se encontravam detidas no país.
Israel já havia libertado, por conta dos acordos de paz de Oslo, assinados por israelenses e palestinos a partir de 1994, várias prisioneiras, entre elas a brasileira Lamia Maruf Hassan. A previsão era de que ontem um grupo de até 30 detentas deixasse a prisão.
Um oficial de Justiça afirmou que a libertação das nove prisioneiras em questão seria suspensa.
Segundo o pedido requerido pela Associação das Vítimas do Terror Árabe, algumas dessas prisioneiras foram detidas após os acordos de paz e não fariam parte dos acertos feitos entre os dois países.
Testemunhas afirmaram que oito mulheres palestinas foram libertadas, mas a polícia disse que várias haviam retornado à prisão por sua própria vontade.
Segundo fontes policiais, o restante das palestinas se recusou a deixar a prisão até que as autoridades permitam que todas as mulheres sejam soltas.
"As garotas se recusaram a deixar a prisão sem as outras nove prisioneiras", disse Ziad al-Atrash, dos escritórios de coordenação militar em Gaza.
O caso Lamia
Em 1984, Lamia usou seu passaporte brasileiro para alugar um carro com placas israelenses. Dirigindo, deu carona ao soldado judeu David Manos, que foi dominado por seu marido e por outro palestino que estavam no carro.
O soldado foi morto e os três foram condenados pela Justiça Militar. Lamia e seu marido, Talfik Ibrahim Mohammed, foram condenados à prisão perpétua.
O líder palestino, Iasser Arafat, esperou ontem as prisioneiras em Ramallah para congratulá-las. Nenhuma delas apareceu.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que ontem visitava hospitais onde se encontram soldados israelenses feridos no Líbano, disse que a promessa de libertar as prisioneiras havia sido feita originalmente pelo governo trabalhista de seu antecessor.
"Não é uma tática. Encaramos seriamente o cumprimento dos acordos, mas queremos ver se há uma reciprocidade do outro lado", disse o premiê israelense.

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