São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 1997
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Nós temos o direito de ver a dupla Ro-Ro

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, a Itália colocou ontem a sua primeira chuteira na Copa da França do ano que vem.
A nova Itália de Cesare Maldini não tem nada de novo.
Mas, como a nova Inglaterra de Glenn Hoddle tem menos novidades ainda, Maldini se deu bem em Wembley.
Apesar do resultado, juro que não consigo entender um técnico que coloca um Di Matteo em uma seleção nacional e deixa um Del Piero no banco.
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Pelo visto em Wembley, a Inglaterra entrou pra valer na campanha para hospedar a Copa de 2006.
A Inglaterra comemoraria, no próprio domicílio, os 40 anos da sua única conquista de uma Copa até agora.
Os ingleses não são bobos: sabem que, jogar em casa, para eles, é uma das poucas maneiras de tentar ganhar uma Copa desse esporte que eles difundiram para o mundo.
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Já escrevi aqui a minha posição sobre a possibilidade de o Rio de Janeiro ser a sede da primeira Olimpíada do século 21.
Em resumo: embora reconhecendo a sua importância para o Rio, penso que ela deveria ser financiada apenas pela atividade privada, uma vez que tanto Município, Estado e Federação têm outras prioridades para investir.
Mas, mesmo assim, devo reconhecer duas coisas positivas: a mobilização da população em torno da candidatura, demonstrando um amor a uma cidade raramente visto.
E o clipe utilizando a canção "Aquele Abraço", de Gilberto Gil, que confraterniza toda a MPB com o esporte. O clipe é uma espécie de convite gostoso a uma deliciosa identidade.
Espero que o mundo inteiro possa vê-lo e curti-lo.
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Popov (que aliás, garotas, não é tão Popov assim) faz o "check out" do hotel junto comigo. Nenhum estrelismo. Fica surpreso ao saber que a sua conta, incluindo os extras, já havia sido paga.
Com menos medalhas no peito, muitos brasileiros, no Carnaval, foram de amargar...
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Depois das camisas de futebol, a moda nas praias do Rio são os calções longos, quase bermudas, dos times de futebol. A moda, definitivamente, está influenciada pelo esporte.
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Papo sempre agradável com Silvio Luiz na ponte-aérea de volta do Rio.
O assunto, evidentemente, rola entre o samba e o futebol.
Conversando sobre as vantagens da aplicação da regra do limite de faltas chegamos à uma conclusão: ela acaba com o cabeça-de-área, que vinha virando uma espécie de panacéia tática para técnicos de futebol sem imaginação.
O cabeça-de-área batedor cederá lugar ao velho e bom volante, aquele que sabe o que fazer com a bola, da estirpe de um Zito, de um Dino Sani, de um Clodoaldo.
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Além do Joãosinho Trinta, uma outra esperança de alegria veio da Sapucaí: a de ver a dupla Ro-Ro na seleção.
A sociedade brasileira tem o direito de ver o melhor da criatividade que produziu na passarela, ou melhor, no campo.
A gente quer Ronaldinho e Romário. Já, já.

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