São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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PF prende uma das chefes do cartel de Cali

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Com informações minuciosas do FBI (a Polícia Federal dos EUA) e a participação de dois agentes norte-americanos na operação, a PF (Polícia Federal) brasileira prendeu há uma semana a colombiana Mery Valencia, 43, acusada de tráfico internacional de drogas.
Segundo as informações do FBI para a PF, a colombiana seria a quinta pessoa na hierarquia do Cartel de Cali (organização de tráfico internacional) e teria participação também no de Medellín.
Valencia já foi condenada por tráfico e formação de quadrilha nos EUA e tem outro julgamento marcado para julho, no Estado norte-americano do Colorado.
O governo dos EUA pediu sua extradição, o que só deverá ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em seis meses. Segundo o FBI, ela poderá ser condenada a até 30 anos de prisão.
Ela teria sido responsável pelo tráfico de 20 a 25 toneladas de cocaína por ano da Colômbia para os EUA entre 1986 e 1992.
Documento falso
No Brasil, sem portar qualquer quantidade de cocaína, ela foi presa por utilizar documento falso. Seu passaporte estava no nome de Luz Mary Vallejo Mena. Usar documento falso pode dar pena de um a cinco anos de detenção.
A prisão estava sendo mantida em sigilo porque a PF está investigando a possibilidade de que ela estivesse negociando uma nova rota de tráfico para Europa e EUA a partir do Brasil.
Com ela, foram apreendidas três agendas eletrônicas que podem ajudar nas investigações. Todos os dados só podem ser acessados por intermédio de uma senha.
O FBI informou tudo o que a PF precisava saber para prender Valencia e seus sete acompanhantes. Eles foram liberados por não ter sido constatada nenhuma ligação com o tráfico, mas tiveram de deixar o país em 24 horas.
Os norte-americanos disseram o dia em que Mery Valencia chegaria de Bogotá, distribuíram fotos e avisaram que ela havia feito operação plástica.
Um dos agentes do FBI que participou da operação em conjunto com a PF foi o último policial a vê-la pessoalmente nos EUA.
Segundo o superintendente da PF no Rio, Jairo Kullman, a identificação precisa foi feita com a impressão digital fornecida pelo FBI.
Desde o ano passado, o FBI tinha a informação de que Valencia passaria o Carnaval no Rio. A PF chegou a prender uma mulher que correspondia a sua descrição, mas depois comprovou que não era ela.
Até o momento, Mery Valencia não deu qualquer declaração nem confirmou sua identidade, mantendo a versão que é Sol Mary Vallejo Mena, 40. Segundo o FBI, ela usa mais 12 identidades falsas.

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