São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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O pai do horário de verão

HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O primeiro que propôs adiantar os relógios com vistas a poupar energia foi o genial Benjamin Franklin, já em 1784. Ninguém o levou muito a sério. Comunicações só por correio e as lentas viagens em coches não ofereciam maiores problemas nem atrativos.
As pessoas costumavam saber o horário que lhes interessava (o de sua cidade) muitas vezes apenas dando uma olhadinha pela janela.
Em 1883, com as ferrovias transcontinentais dos EUA e Canadá, inventaram os chamados fusos horários. É evidente que San Francisco não poderia ter o mesmo horário de Washington, ou os pobres californianos acabariam trocando o dia pela noite e fazendo refeições em horas pouco adequadas. As zonas internacionais de tempo foram aprovadas oficialmente em 1884 em uma conferência internacional em Washington.
Daí ao horário de verão ainda faltava um bom caminho. Em 1907, o inglês William Wellet propôs um horário de verão um pouco esquisito (adiantar o relógio 80 minutos em 4 movimentações de 20 minutos). O Parlamento rejeitou a idéia no ano seguinte.
A guerra é invariavelmente a mãe de importantes invenções. Assim foi durante a Primeira, em 1916, que os alemães adiantaram seus relógios para poupar o precioso combustível. Quase todos os países os imitaram. Idêntico fenômeno ocorreu na Segunda Guerra e, depois, mesmo em tempos de paz.
É claro, porém, que a efetividade da manobra depende da latitude do país. É inócua em nações equatoriais, eficiente em temperadas e igualmente inútil nos pólos, onde noites e dias de seis meses se alternam.

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