São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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Para Reze, alta é "falta de respeito"

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, a entidade que representa os distribuidores de veículos de todo o país, é contra o aumento de preços dos carros definidos pelas montadoras neste início de ano.
"Não há nenhuma justificativa para reajustes desse tipo em uma economia estabilizada", diz Reze. "É uma falta de respeito ao consumidor".
"Automóvel não é como tomate, que pode mudar de preço de um dia para o outro. A atividade industrial é previsível", afirma.
Segundo o presidente da Fenabrave, as montadoras decidiram aproveitar a atual redução de estoque e a falta de alguns modelos nas concessionárias para aumentar os preços.
"As fábricas devem ter chegado à conclusão, equivocada, de que o consumidor está disposto a pagar mais pelo carro", afirma.
Com desconto
Reze diz que o volume de negócios em janeiro foi bom, mas não há explosão de vendas. Os carros, afirma, continuam sendo negociados com descontos que chegam, em alguns casos, a 12%.
Ou seja, os concessionários não conseguirão repassar o aumento para o consumidor e terão de reduzir ainda mais as atuais margens de lucro.
Para Reze, a atual queda dos estoques -de 100 mil unidades, em dezembro, para 75 mil, no início de fevereiro- não dura muito.
Ela foi possível, conta, por causa das férias coletivas das montadoras e falta de alguns componentes. "A partir do mês que vem as fábricas já anunciam novos recordes de produção. Vão fabricar mais de 8.000 carros por mês", diz.
O presidente da Fenabrave prevê que até 15 de março o estoque já estará novamente acima das 80 mil unidades, volume considerado elevado pelo setor.
(APF)

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