São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997 |
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Fiat reajusta automóveis em 0,95% Fábrica aponta alta de custos ARTHUR PEREIRA FILHO
Segundo a montadora, o aumento foi necessário para compensar a elevação dos "custos fixos de produção" e não tem relação com a cobrança da CPMF. A nova tabela foi entregue pela fábrica ontem à rede de concessionárias e já está em vigor. O Palio ED 1.0, versão "popular" do carro mundial da marca, que custava R$ 11.800, agora vale R$ 11.912. O Palio 16 válvulas passou de R$ 19.700 para R$ 19.887. O Tempra 16 válvulas subiu de R$ 27.500 para R$ 27.761. A Fiat é a terceira montadora a anunciar aumento de preços este ano. Os carros da Volkswagen estão entre 0,85% e 0,98% mais caros desde 29 de janeiro. A General Motors mudou a tabela segunda-feira passada. O reajuste ficou entre 1,5% e 3,6%. O Corsa "popular" subiu 2,5%. A Ford, segundo a Abradif, a associação das concessionárias da marca, ainda não decidiu alterar a tabela. Em novembro de 96, o Fiesta teve reajuste entre 1,5% e 1,8%. A nova tabela não provocou críticas da rede de concessionárias Fiat. "Dessa vez o reajuste foi negociado. A fábrica apresentou suas planilhas de custo", conta Humberto Pereira Carneiro, presidente da Abracaf, entidade que reúne os revendedores da marca. Segundo Carneiro, os ganhos de produtividade -em torno de 6% a 7%- não foram suficientes para compensar totalmente a inflação do período, de cerca de 8%. Carneiro diz que o aumento não deve afetar o volume de vendas da marca. O estoque de carros da Fiat nas concessionárias é suficiente para dez dias de venda, volume considerado normal. A fábrica só mantém no pátio a produção de um dia -2.000 unidades. Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, a entidade que representa os distribuidores de veículos de todo o país, é contra o aumento. "Não há nenhuma justificativa para reajustes desse tipo em uma economia estabilizada", diz Reze. "É uma falta de respeito ao consumidor. Automóvel não é como tomate, que pode mudar de preço de um dia para o outro. A atividade industrial é previsível", afirma. Segundo o presidente da Fenabrave, as montadoras decidiram aproveitar a atual redução de estoque e a falta de alguns modelos nas concessionárias para aumentar os preços. "As fábricas devem ter chegado à conclusão, equivocada, de que o consumidor está disposto a pagar mais pelo carro", afirma. Com desconto Reze diz que o volume de negócios em janeiro foi bom, mas não há explosão de vendas. Os carros, afirma, continuam sendo negociados com descontos que chegam, em alguns casos, a 12%. Ou seja, os concessionários não conseguirão repassar o aumento para o consumidor e terão de reduzir ainda mais as atuais margens de lucro. Texto Anterior: Empresas brigam pelo mercado brasileiro de pilhas alcalinas Próximo Texto: Governo faz mudança na MP do regime automotivo Índice |
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