São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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Escrito nas estrelas

EDUARDO OHATA

Quando venceu o canadense Donovan Ruddock, em 92, o inglês Lennox Lewis ganhou o direito de enfrentar Riddick Bowe. O confronto valeria pelo título unificado dos pesados.
Bowe, no entanto, se recusou a enfrentar Lewis e jogou o cinturão dos pesados do CMB (Conselho Mundial de Boxe) em um cesto de lixo. Lewis foi imediatamente nomeado o novo campeão da entidade.
O inglês sofreu pela forma como o cinturão chegou às suas mãos. Para os especialistas, o inglês havia simplesmente "achado o cinturão no lixo".
Em 78, George Benton estava no córner de Leon Spinks na revanche com Muhammad Ali. Spinks, entretanto, deslumbrado com o repentino sucesso, não deu ouvidos aos conselhos de Benton. O campeão preferiu as orientações de seu irmão, primo, amigos etc.
Irritado, Benton abandonou o córner do pupilo. Momentos depois, Ali se tornou o primeiro pugilista a conquistar por três vezes o título dos pesados. Benton considera esse um dos piores momentos de sua carreira como treinador.
O maior adversário de Oliver McCall sempre foi a imagem de sparring. Mesmo após conquistar o título do CMB, em setembro de 94, continuou sendo mais conhecido como o parceiro de treinos de "Iron" Mike Tyson. Quando perdeu para o inglês Frank Bruno, no ano seguinte, os críticos foram implacáveis: "a mentalidade de sparring predominou".
A luta da última sexta-feira, entre Lewis e McCall, certamente trouxe uma sensação de "déjà vu" aos envolvidos.
Lewis teve seu momento de glória novamente prejudicado pelas ações de outro. Benton voltou a se decepcionar profundamente com um pupilo, o chorão McCall. Para finalizar, "a porção sparring de McCall reapareceu".
Talvez, como pregam os místicos, o futuro de algumas pessoas já esteja traçado.

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