São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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Paralisação pode afetar turismo nos EUA

GEORGE ALONSO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE MIAMI

Aviões no chão, caos nos aeroportos norte-americanos e muitos problemas para os turistas brasileiros em viagem nos EUA.
Eram esses os efeitos esperados com a greve dos pilotos da American Airlines, prevista para começar à meia-noite de ontem (3h de hoje, horário de Brasília).
Só o anúncio da greve já provocou a superlotação nos vôos de Varig, Vasp e Transbrasil com destino ao Brasil.
A paralisação dos pilotos é por tempo indeterminado. Os pilotos pleiteiam reajuste salarial e garantias de estabilidade.
Entre os itens estão: 3% de reajuste anual até 1999 e 2% após esse ano. Há dois anos os pilotos da companhia não recebem reajuste. Hoje, um piloto da empresa ganha cerca de US$ 120 mil por ano.
Embora as negociações entre representante dos pilotos e da empresa fossem continuar até o último minuto antes do horário da paralisação, os vôos das três maiores companhias brasileiras já estão "bloqueados" até 8 de março (ou seja, sem lugares disponíveis), segundo Roni Ambar, agente de viagens da Discovery Tour & Travel, em Orlando, que leva grupos de brasileiros aos EUA.
"A minha recomendação para passageiros que tinham passagens da American foi a de voltar mais cedo", disse ele. A AA cancelou antecipadamente todos os seus vôos internacionais para América Latina, Central, CAribe, Japão e a maioria de seus vôos para a Europa. Os passageiros foram transferidos para outras companhias.
A assessoria de imprensa da American Airlines informou que a decisão de interromper suas operações antes mesmo do início da greve ocorreu para evitar que parte da frota venha a ficar imobilizada em outros países.
"Se a greve acontecer mesmo, vai ser o caos. E, claro, vai ter muita gente dormindo nos aeroportos", afirmou Frida Borghini, da Dinamic em Miami, outra operadora que trabalha com turistas brasileiros na Flórida.
A American Airlines alega que o impacto da reivindicação dos pilotos seria de US$ 200 milhões em um ano e que não tem condições de arcar com esse custo. A empresa tem 90 mil funcionários, sendo 9.000 só na Flórida.
A greve pode custar por dia US$ 200 milhões à economia dos EUA, atrapalhando a vida de 200 mil passageiros por dia, diz o Departamento de Transporte. A American Airlines estima o prejuízo em US$ 5 bilhões em dois meses.

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