São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997
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Grupo facilita empréstimo

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cooperativar o crédito e criar pequenos grupos para avalizar e acompanhar o pagamento do empréstimo. Esta é a base da fórmula que tem se mostrado eficiente em Porto Alegre e no Ceará em programas de financiamento para a população marginalizada.
Tanto em Porto Alegre quanto no Ceará, os bancos populares começaram a funcionar no início do ano passado. Depois de um ano, apresentam índice de inadimplência baixíssimo.
Em Porto Alegre, o valor médio dos empréstimos é de R$ 1.470. Foram concedidos R$ 2,5 milhões em empréstimos a 1.600 pessoas. O nome: Instituição Comunitária de Crédito, ou Porto Sol (que vem de Porto Alegre Solidariedade).
Os empréstimos são concedidos em três formatos: mediante aval, mediante apresentação de garantia real e mediante formação de grupo de cinco participantes, sendo que um avaliza o empréstimo do outro.
A inadimplência (falta de pagamento) é de 2,5% para as duas primeiras modalidades e de quase zero para a terceira.
No Ceará, em vez de uma instituição bancária foi criada a Fundação Caixa do Povo, cuja administração é feita a partir de um escritório. Segundo o presidente da fundação -que também preside o Banco do Ceará-, José Monteiro Alencar, a opção foi fugir de estruturas caras e burocráticas, que inviabilizam o crédito barato.
A fundação tem 4.000 clientes que tomaram empréstimos médios de R$ 300. Eles têm 90 dias para pagar e os juros são de 2,5% ao mês, sem correção monetária.
Os empréstimos são individuais, mas os interessados devem se juntar em grupos de cinco pessoas. Cada integrante avaliza o empréstimo do outro. A inadimplência, segundo Monteiro, é quase zero.
Até agora, a maioria dos empréstimos (51%) foi concedida a mulheres, que aumentaram a renda familiar.
(SQ)

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