São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997
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Recurso em SP já é insuficiente, diz Guedes

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O repasse de verbas da Saúde às regiões "ricas", que o governo federal quer reduzir, já é insuficiente para cobrir os custos do sistema, segundo o secretário da Saúde de São Paulo, José da Silva Guedes.
"Em São Paulo, o teto do repasse hoje, de R$ 158 milhões mensais, cobre os custos dos hospitais conveniados ao SUS no Estado, mas frequentemente deixa sem cobertura parte dos atendimentos realizados na rede pública pertencente ao governo."
Guedes diz ainda que o mês de fevereiro não é apropriado para se discutir gestão de recursos porque está sendo distribuída agora a primeira receita da CPMF, novo imposto federal cuja arrecadação é revertida para a saúde.
"Ainda não sabemos qual a disponibilidade de recursos."
"O ministro havia manifestado, em janeiro, intenção de alterar o sistema, mas disse que nada seria mudado a curto prazo e automaticamente. Há diversas instâncias de discussão com participação de Estados e municípios."
Mais recursos, no entanto, não significam melhor atendimento, na opinião do secretário. "Em diversas regiões, se forem oferecidos mais recursos eles não vão ser utilizados, porque há deficiência de tecnologia."
"O Rio de Janeiro, mesmo, tem dez hospitais mantidos pela União. Os custos desses hospitais não são contabilizados no repasse do SUS, mas é dinheiro do governo federal na Saúde do Estado."
Por último, Guedes diz que o país desconhece o custo de atendimento em cada área, condição imprescindível, em sua opinião, para se poder discutir o repasse.
Apesar dos argumentos, Guedes se diz favorável à discussão.
"A forma de fazer a quantia tem que ser discutida permanentemente, como é feito no Estado. A cada mês, temos que discutir com os municípios em gestão semiplena se o dinheiro é o bastante, insuficiente ou excessivo."

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