São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997 |
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Teatro iniciou 'era de ouro'
NELSON DE SÁ
A montagem carioca de 43 para "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, seria o início do "teatro brasileiro moderno", mas era ainda amadora, com Os Comediantes. O TBC, reunião de dois elencos amadores de São Paulo pelo empresário de origem italiana Franco Zampari, diretor das indústrias Matarazzo, afirmou o "novo profissionalismo", no dizer do crítico e historiador Décio de Almeida Prado. O profissionalismo "velho" seria o dos grandes comediantes, das companhias surgidas em torno de Procópio Ferreira, Jaime Costa e outros protagonistas-empresários, que decaíram com a chegada do TBC. Pelo TBC passaram (ou surgiram nele) os maiores atores dos anos 50, Cacilda Becker, símbolo de todo o período, Maria Della Costa, Tônia Carrero e Fernanda Montenegro, ou Sérgio Cardoso, Walmor Chagas e Paulo Autran. Os diretores eram estrangeiros -os italianos Adolfo Celi, Luciano Salce, Flamínio Bollini, o polonês Ziembinski, o belga Maurice Vaneau. As peças, quase invariavelmente clássicos ou textos estrangeiros de respeito -com pouca dramaturgia nacional, e quase sempre o questionado Abílio Pereira de Almeida. Outras versões para a história do TBC questionam desde a primazia modernista, que leva o "modernismo" aos anos 50, meio século depois da Europa, e o novo profissionalismo. Miroel Silveira, crítico atuante no período e historiador, por exemplo, escreveu da subvenção governamental ao TBC. O mesmo crítico aponta uma vertente popular a qual o TBC, voltado à elite paulistana, teria buscado suprimir no ataque à geração Procópio Ferreira. Vem daí uma divisão quanto ao legado do TBC, de um lado visto como iniciador de uma "era de ouro" que seguiu com Arena e Oficina, de outro como intervalo, sendo Arena e Oficina o resgate e prolongamento da produção popular, desde as revistas. Texto Anterior: "Reabriremos em fevereiro ou março" Próximo Texto: Zé Celso pretende remonstar "O Rei da Vela" Índice |
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