São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997 |
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INVESTINDO NO EXTERIOR Não são frequentes as ocasiões em que a visita de um estadista a um país estrangeiro tem resultados palpáveis e imediatos. O sentido desse tipo de visita está em seu valor simbólico, nos benefícios e facilidades difusas que normalmente se associam ao bom relacionamento diplomático. Nesse sentido, Fernando Henrique Cardoso parece ser o presidente que mais bem tem produzido, com suas viagens ao exterior, fatos políticos positivos tanto para seu governo como para sua imagem pessoal. A recente viagem ao Reino Unido, à Itália e ao Vaticano contribuiu para fortalecer os laços entre o Brasil e a Europa. No contexto de relativa disputa de interesses comerciais entre os EUA e o Brasil quanto a uma eventual integração econômica de toda a América, é bem-vindo um fato que venha reafirmar o multilateralismo da política exterior brasileira. O estreitamento de laços com outros pólos econômicos e o fortalecimento do Mercosul são importantes para que o Brasil e as nações do Cone Sul possam negociar em posição mais favorável com a maior potência econômica do planeta. A habilidade do presidente da República no trato com a mídia estrangeira também tem dado ao Brasil um pouco mais de presença no cenário internacional. Em um mundo no qual as informações circulam praticamente em tempo real, e países menos desenvolvidos não raramente ganham destaque mais por suas mazelas que por seus progressos, tem grande importância a criação de oportunidades nas quais uma nação como o Brasil possa mostrar-se de maneira mais positiva. As viagens do presidente da República ao exterior certamente não trazem soluções imediatas para problemas que o país enfrenta internamente. Mas é inegável que Fernando Henrique Cardoso tem conseguido transformar os esforços de política externa do chefe de Estado em benefícios internos para o chefe de governo. Próximo Texto: AMPLO DESARMAMENTO Índice |
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