São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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PM tenta operação tolerância zero no centro

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar inicia hoje a Operação Centro. O objetivo é tirar das ruas, praças e cruzamentos do centro de SP criminosos, menores, pedintes e ambulantes.
"Queremos transformar a região em um local seguro para a população", afirmou o major João Batista da Silva, chefe da divisão de operações do Comando do Policiamento de Choque.
Participam da operação 320 policiais do Choque, que irão fazer um "pente fino" em toda a região.
A PM terá apoio do SOS Criança, da Promotoria da Cidadania, da Polícia Federal e de fiscais da Administração Regional da Sé.
Um posto móvel do SOS Criança será instalado na praça da República, para onde serão levados todos os menores detidos.
O objetivo dos fiscais da Regional é apreender mercadorias de ambulantes irregulares. A Polícia Federal será responsável por todo contrabando apreendido.
Segundo o major, não haverá tolerância com qualquer tipo de delito ou comportamento anti-social nas ruas do centro.
"Quem estiver cometendo algum delito será levado para as delegacias. Quem apresentar comportamento inadequado será averiguado e aconselhado a deixar as ruas", afirmou o major.
A Operação Centro deve acontecer diariamente das 8h às 20h, até o dia 1º de março. Posteriormente, deve ser ampliada para outras regiões da cidade, como Jardins e Pinheiros (zona oeste).
Segundo o major Silva, a Operação Centro é um "laboratório de policiamento ostensivo", inspirado em ações da polícia de Nova York, como a tolerância zero.
Nova filosofia
O plano deve marcar uma mudança de filosofia dentro da Polícia Militar. Segundo o comandante do policiamento metropolitano, Élio Proni, haverá não apenas combate à criminalidade violenta, mas também aos delitos mais leves.
E, mesmo atividades não criminosas, como a dos guardadores de carros e vendedores nos semáforos, serão desestimuladas. "Vamos procurar incomodá-los para que eles não incomodem mais os cidadãos", afirmou Proni.
Os policiais deverão abordar as pessoas que estiverem, sem motivo aparente, paradas em esquinas e praças. A intenção é, após algum tempo, conhecer e distinguir quem é criminoso e quem não é.
O Plano de Ação da PM para 1997 prevê que o policiamento ostensivo seja adequado à realidade criminal de cada região, tendo em vista os tipos de crime mais frequentes em cada área e os pontos de maior incidência.

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