São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Nova foto do 'caso Senna' é refutada

Julgamento é quinta

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Maurizio Passarini, procurador da Justiça italiana, em Bolonha, afirmou que, em sua opinião, "não é relevante" a foto publicada por um jornal inglês, na qual aparece sobre a pista parte de um carro antes do acidente que vitimou o piloto brasileiro Ayrton Senna.
"Esse documento gráfico, admitindo sua veracidade, não muda um milímetro o convencimento da procuradoria, que considerou como causa do acidente a ruptura da barra de direção", disse.
O processo sobre o acidente e morte do piloto brasileiro começa na próxima quinta-feira, em Bolonha, na Itália.
Passarini, encarregado das investigações sobre o acidente no circuito de Imola, em 1º de maio de 1994, ressaltou que "as investigações foram feitas sobre os resultados das perícias, e a procuradoria está convencida de que apontou com certeza a causa do acidente".
"Portanto, essa fotografia não tem nada a ver com o caso. De todas as formas, o processo dará a última palavra", disse Passarini.
O acidente fatal com Senna ocorreu durante o GP de San Marino.
Dúvidas
O jornal inglês "Sunday Times" publicou domingo -com fotografia mostrando uma peça de carro na pista antes da passagem da Williams de Senna- uma outra hipótese para o acidente.
Segundo o jornal, Senna poderia ter perdido o controle de seu carro numa tentativa de desviá-lo da peça que estava na pista, sobre o asfalto.
O "Sunday Times" lança dúvida sobre a conclusão da promotoria, que apontou o rompimento da coluna de direção do Williams FW16 pilotado pelo brasileiro.
Essa quebra explicaria o fato de o carro ter seguido reto na curva Tamburello e ido de encontro ao muro.
Mas o jornal inglês levanta outras possibilidades que poderiam ter causado o acidente.
Fala de um defeito na pista e até da chance de Senna ter desmaiado no cokpit.
Os acusados
Os seis acusados de "homicídio involuntário" já anunciaram que não estarão presentes na primeira audiência, a qual será dedicada a questões de procedimento.
Caso haja necessidade, essa primeira audiência do processo terá sequência dia 28 próximo.
Os acusados: Frank Williams, proprietário da escuderia Williams; Patrick Head, diretor daquela escuderia britânica; Adrian Newey, responsável pela concepção do carro Williams; o belga Roland Bruynseraede, diretor da corrida; Giorgi Poggi, diretor do circuito; e Federico Bendinelli, administro da Sagis, sociedade que administrava o circuito de Imola.
Esta é a primeira vez que que um construtor automobilístico vai a julgamento pela morte de um de seus pilotos. De acordo com as leis italianas, os seis denunciados podem ser condenados a uma pena de até sete anos de prisão.

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