São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Oferta será menor nesta temporada

Criador se ajusta ao mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

Além da mudança no perfil do comprador, o mercado de cavalos de raça está tendo que se adaptar à desaceleração constante dos investimentos.
"O consumo diminuiu e os criadores tiveram de colocar um freio na produção para não perderem dinheiro com uma oferta excessiva de cavalos", diz o leiloeiro Nilson Genovesi. Somente em 96, ele esteve à frente de 175 pregões de equinos e bovinos.
Segundo Genovesi, os ricos e coloridos leilões de temporadas anteriores estão sendo definitivamente sepultados.
"O criador, antes principal investidor do mercado, cedeu sua vez para o consumidor de cavalo, aquele que vai usar realmente o animal em corridas e provas hípicas", afirma.
Esse cenário, que se desenhou nos últimos dois anos, deve se consolidar este ano e dificilmente vai mudar, na visão do leiloeiro.
Paulo Pimentel, da Pégaso Leilões, principal vendedora de mangalarga, concorda com Genovesi.
"A oferta diminuiu e muitos criadores deixaram de cobrir suas éguas, baixando a produção nos últimos dois anos. A tendência, após o doloroso ajuste, é de haver um equilíbrio no mercado", diz.
Pimentel, que sentiu o golpe com a suspensão de importantes leilões de mangalarga no ano passado, ampliou o leque de vendas e passou também a ofertar animais de função definida segundo o apetite do consumidor.
Os preços, segundo Pimentel, devem se pautar de acordo com os critérios do ano passado.
"Não haverá alteração. Apenas os cavalos de corrida e hipismo podem remunerar melhor o vendedor", afirma.
Nilson Genovesi entende que erraram as associações de cavalos que apostaram e ainda fizeram marketing do aumento excessivo no número de animais e criadores nos últimos anos.
Acertaram, segundo ele, as entidades que definiram sua faixa de atuação e passaram a trabalhar segundo o que o mercado comporta.

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