São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Preso acusado por sequestro de garoto

DA SUCURSAL DO RIO

Paulo César de Souza, 30, apontado pela polícia como líder do sequestro e morte, em dezembro, de Alessandro Silva de Lima, 11, filho de um microempresário da Baixada Fluminense, foi preso anteontem pela Polícia Militar do Rio.
Alessandro foi enforcado com sua própria camisa, três dias após o sequestro. Dos sete que estariam envolvidos no sequestro, quatro já foram presos, dois estão foragidos e um morreu baleado pela polícia.
Souza foi preso por policiais militares quando passeava com a mulher, Patrícia Cristina de Oliveira, em uma rua de São João de Meriti, município da Baixada Fluminense.
Ele seria o chefe do tráfico de drogas do morro da Mina, no bairro de Olinda, em Nilópolis, também na Baixada Fluminense. Patrícia, ex-namorada do pai de Alessandro, foi libertada pois não havia provas de seu envolvimento no crime.
Filho de Geraldo Achê de Lima, 30, dono de uma oficina que instala aparelhos de ar-condicionado em carros, e Ana Cristina Barbosa Silva de Lima, 26, Alessandro foi sequestrado em 16 de dezembro, em sua casa, em Anchieta (zona norte do Rio).
Segundo o delegado da DAS (Divisão Anti-Sequestro) Aglausio Batista, a casa de Lima foi invadida de madrugada por Carlos Roger Soares Sentinella, o travesti Vilcir Ferreira da Costa e Vladimir Alexandria de Castro.
Levado para uma casa em Nilópolis, Alessandro foi morto três dias depois do sequestro. O grupo de sequestradores chegou a pedir R$ 200 mil de resgate.
Em janeiro, após negociações e sem saber que o filho estava morto, Lima pagou R$ 13 mil pelo resgate. Dias depois, a partir de denúncia anônima, a polícia descobriu o cativeiro e o corpo do menino, enterrado nos fundos.
Souza confessou o crime, mas negou que fosse o líder do sequestro e que tivesse tido a idéia de matar o menino. "Tive participação, mas não fui eu sozinho", afirmou. Segundo ele, Paulo Roberto Simão, que está preso, seria o líder.
Souza se contradisse sobre o motivo do assassinato. Primeiro, afirmou que o grupo de sequestradores estava preocupado porque a polícia vivia rondando o cativeiro.
Depois, disse que o amigo Júlio César dos Santos Oliveira decidiu matar o garoto porque "ele estava dando muito trabalho". Mas, Souza afirmou não saber que tipo de trabalho Alessandro estava dando.
Para o delegado Batista, Souza mente quando diz que não era o líder. Segundo ele, uma das hipóteses para o crime seria uma vingança de Souza, que estaria enciumado porque sua mulher Patrícia namorara o pai de Alessandro.

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