São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Caetano promete disco e livro para 1997
LUIZ FRANCISCO
"Já estou compondo algumas músicas para o disco e agora penso em finalizar o livro", disse o compositor, que vai apresentar o show "Fina Estampa 2" no TCA (teatro Castro Alves) entre amanhã e a próxima segunda-feira. O show marca a primeira apresentação individual de Caetano no local depois que o TCA foi reinaugurado, há quase quatro anos. Inicialmente, a turnê de Caetano Veloso no TCA deveria terminar no domingo. Como todos os ingressos se esgotaram ontem, a diretoria do teatro e o compositor decidiram fazer uma sessão extra na segunda-feira. Os ingressos para a sessão de segunda começam a ser vendidos na quinta-feira, nas bilheterias do TCA. O show "Fina Estampa 2" percorreu cidades de sete países europeus e também já foi apresentado em São Paulo, Rio, Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai). O espetáculo traz músicas que marcaram a infância do compositor em Santo Amaro (a 70 km de Salvador), cidade do Recôncavo baiano. Comercialismo Anteontem à noite, ele declarou que existe um "excesso de comercialismo" na música baiana. "Acho que cantores e compositores não devem se submeter ao comercialismo." Caetano disse também que não se identifica com cantores e compositores que fazem "críticas sistemáticas" à axé music. Segundo o compositor, mesmo "com algumas letras idiotas e moralmente inaceitáveis", a música baiana tem evoluído. "O mais importante é que essa mistura de ritmos trouxe muito do samba baiano para a música pop." O músico acrescentou que o filme "Tieta" é um marco no "novo cinema brasileiro". "Só lamento que o acompanhamento crítico em geral não tenha correspondido à importância do filme. Só quem parece ter percebido a importância do filme anonimamente foi o público." Para Caetano, o filme de Cacá Diegues o trouxe de volta como compositor do Carnaval da Bahia. A música-tema do filme, "À Luz de Tieta", foi uma das mais executadas pelos principais cantores de trios e blocos de Salvador. A recente morte do jornalista Paulo Francis deixou Caetano bastante abalado, segundo disse ontem. "Eu gostava muito do Paulo Francis, embora discordasse da maioria das suas opiniões." Texto Anterior: Bibliotecários do futuro Próximo Texto: Cantor defende reeleição Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |