São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Computação 3D disfarça profundidade

ALAN PHELPS
DA "PC NOVICE"

Há anos o mundo do entretenimento vem anunciando a capacidade tridimensional, ou 3D, como seu "próximo passo". A computação 3D que existe hoje não é exatamente a mesma coisa que se vive ao assistir "Tubarão" em 3D no cinema. Não há monstros saindo das telas, e ninguém se abaixa na cadeira, apavorado.
Na verdade, por mais tridimensional que se afirme ser um computador, tudo que ele nos mostra ainda está preso dentro de um monitor de tela plana. Essa aparente contradição nos leva à grande pergunta relativa à computação 3D: o que é, afinal?
No mundo dos computadores, 3D normalmente quer dizer a aparência de profundidade -e não a profundidade real. A diferença entre uma cena bidimensional (2D) e uma 3D às vezes é muito pequena.
Muitas pessoas se lembram do jogo "Doom", em que os participantes caminham por uma série de salas e corredores. As imagens nesse jogo ajudavam a criar a ilusão de três dimensões, mas na realidade os objetos e seres eram chatos e bidimensionais.
A aparência dos monstros não mudava à medida que o jogador se movia em torno deles, porque só havia determinado número de perspectivas disponíveis.
O contraste é grande com o jogo "Descent 2", em que os jogadores podem voar e enxergar os robôs inimigos de todos os ângulos.
É isso que se quer dizer com computação 3D -a possibilidade de mover-se em volta das imagens e enxergá-las do ângulo que quiser, enquanto o computador redesenha a tela continuamente.
Toda essa capacidade 3D, especialmente no âmbito do vídeo, exige muita potência do computador. Foi só com a chegada de micros com CPUs Pentium e megaquantidades de memória RAM que o 3D pôde funcionar realmente bem num sistema doméstico.
O "Windows 95", de 32 bits, também ajuda o 3D de duas maneiras importantes. Fornece um sistema operacional mais avançado para a operação de aplicativos 3D e elimina os PCs de baixa potência da jogada.
Se você tiver um micro lento demais para operar o "Windows 95" direito, pode desistir da idéia de usar aplicativos 3D.
Se você já estiver pronto para entrar no mundo da computação 3D, prepare-se para a diversão.
Alguns usuários comparam a mudança gradativa de 2D para 3D com a de displays baseados em texto para displays de interface de imagens GUI (Graphical User Interfaces): o 3D vai fomentar uma nova categoria de aplicativos que permitirão ao usuário mover-se em ambientes 3D fluidos, fotorrealísticos, no PC que tem em casa.

Tradução Clara Allain

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