São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Nosso charuto é igual e tão bom quanto o cubano"

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

HelenaVigna, proprietária da empresa Davidoff Comércio e Importação, em Cruz das Almas (BA), admite que copia charutos de outros fabricantes e nega ter recebido o pagamento combinado para ceder as marcas que tinha sob registro. Ela falou à Folha por telefone, de Cruz das Almas.
*
Folha - Por que a senhora continua fabricando charutos com marcas Davidoff, Montecristo e Cohiba, apesar do acordo em que abriria mão delas?
Helena Vigna - Produzimos essas marcas há 20 anos. Gastamos US$ 1 milhão para registrá-las no Brasil e em 72 países. Houve um acordo, mas não foi cumprido.
Folha - Quanto seria pago à senhora neste acordo?
Helena - US$ 500 mil. Mas não pagaram nada. O Ricardo Mansur (proprietário da importadora Havana Cigars) fala mal de mim, mas é um impostor. Ele não poderia importar e vender as marcas no Brasil, mas sempre fez isso, até com contrabando. Vivem me ameaçando, mas não vou ceder minhas marcas de graça.
Folha - A marca, os logotipos e as embalagens que a senhora produz são idênticas às que já existiam fora do Brasil. Não acha errado copiar um produto que foi criado por outros?
Helena - Quando alguém leva a sério seu produto, tenta protegê-lo, mas eles nunca registraram nada. Pela lei, nós temos todo o direito de fabricar esses charutos. Mas não adiantou gastarmos tanto para registrar e divulgar essas marcas dentro da lei, pois eles vendem o que querem do mesmo jeito. No Brasil ninguém respeita nada, todos plagiam.
Folha - Mas seus charutos não imitam os cubanos?
Helena - O nosso charuto é igualzinho ao cubano, sim. E tão bom quanto o deles. (JM)

Texto Anterior: PIRATARIA DE MARCAS
Próximo Texto: O que é que o cubano tem
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.