São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997
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Albânia enfrenta novos distúrbios

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Manifestantes e policiais entraram em violento choque ontem em Tirana, capital da Albânia.
Os manifestantes faziam parte de um grupo que protestava contra o governo de direita do país, acusado de conivência na quebra de bancos.
Testemunhas disseram que pelo menos quatro pessoas ficaram feridas. Os manifestantes atacaram os policiais com pedras, e estes responderam com mais pedras e golpes de cassetetes.
O choque ocorreu após uma manifestação pacífica de 7.000 pessoas em um campo de futebol na periferia de Tirana.
Cerca de mil manifestantes se separaram do grupo e tentaram rumar para o centro, mas foram contidos pelos policiais que vigiavam o evento.
Os manifestantes gritavam "Vlora, Vlora, abaixo a ditadura". O nome é uma referência à cidade portuária onde, na semana passada, três pessoas morreram em choques com a polícia.
Cerca de 25% da população do país saiu prejudicada com a quebra de cinco instituições que operavam um sistema financeiro conhecido como "pirâmide", que prometia lucros rápidos, mas depende do número de participantes. A remuneração mensal poderia atingir 100%.
No último mês, há protestos quase diários no país, que até 1990 era uma das mais rígidas ditaduras comunistas do mundo.
Ontem fez seis anos que a estátua de Enver Hoxha foi derrubada. Hoxha governou durante 40 anos o país do sudeste da Europa, o mais pobre do continente.
A demolição da estátua incentivou os protestos de ontem. "Acabamos com a estátua, mas um ditador continua em pé", disse Neritan Ceka, um dos líderes da oposição, referindo-se ao presidente Sali Berisha.
Houve duas manifestações -a da oposição e uma do governo- para comemorar a queda da estátua de quatro metros.
Outro banco que operava o esquema das "pirâmides", o Vefa, anunciou que suspendeu o pagamento de juros de 3% ao mês sobre o capital investido. Apesar disso, o grupo prometeu devolver em 15 dias os depósitos entre US$ 500 e US$ 5.000.

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