São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997 |
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Hong Kong reage com calma
STEPHEN VINES
Analistas haviam previsto uma queda de 500 a 1.000 pontos. Mas, ontem, financistas disseram que a morte de Deng já era tão esperada que os investidores tinham preparado sua movimentação para quando ela acontecesse. Havia também a análise de que investidores ligados à China se uniram para movimentar a Bolsa e dar a impressão de confiança. O comportamento da Bolsa era compartilhado também pelas pessoas comuns em Hong Kong: "Esperávamos a morte do sr. Deng já havia algum tempo. Estávamos bem preparados", disse Li Fu, que trabalha com automóveis. A venda de jornais aumentou 50%, e emissoras de TV e de rádio deram cobertura extensiva à morte de Deng. A maioria das escolas fez cerimônias especiais e explicou aos alunos as implicações da morte do líder chinês. Gelo quebrado O fato quebrou o gelo entre o governador da colônia, o britânico Chris Patten, e os funcionários chineses no território. Ele foi pela primeira vez à sede da repartição que, na prática, é o consulado chinês na colônia britânica. Lá, fez reverências à foto do líder. A maioria dos políticos locais frisou que a morte não deve fazer a China mudar sua política nem criar instabilidade, como resultado de uma eventual disputa pelo poder em Pequim. O clima de calma foi reforçado por Tung Chee-hwa, chefe do primeiro governo pós-colonial, anunciando a manutenção de todos os chefes de repartições públicas após a entrega de Hong Kong à China, em julho. Entretanto, Martin Lee, chefe do Partido Democrático, disse em Londres que teme que as novas lideranças chinesas, inseguras, optem por políticas muito conservadoras. Uma indicação da importância que Pequim dá a Hong Kong está na inclusão de Tung e de outros dois nomes influentes do local para o comitê que vai preparar o funeral de Deng. Texto Anterior: Os principais desafios para a China pós-Deng Próximo Texto: Grupo do Brasil mantém agenda Índice |
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