São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997 |
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Planalto teme impacto da CPI na reeleição
LUCIO VAZ
O governo teme que os escândalos surgidos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga irregularidades na emissão de títulos públicos acabem monopolizando as atenções do Congresso e emperrem a votação da emenda da reeleição. A comprovação do envolvimento de algum governador ou prefeito nas irregularidades apuradas pela CPI do Senado poderia afetar o relacionamento de partidos aliados com o governo federal. Isso abalaria a maioria de votos já garantida para a emenda. No esforço para apressar a votação da emenda, o presidente Fernando Henrique Cardoso forçou anteontem o fim da crise entre PFL e PSDB provocada pela formação de blocos partidários. O PSDB tentou formar um bloco com o PTB, para garantir a relatorias dos principais projetos votados na Câmara. O PFL ameaçou formar outro bloco com o PPB. No final, ficou acertado que ninguém formará bloco algum. Ministérios Na reta final para a aprovação da reeleição, o PMDB está prometendo 90 votos ao governo e negociando o seu espaço na partilha de cargos da reforma ministerial. O partido tentou transformar em ministério a Secretaria de Políticas Regionais, ocupada pelo peemedebista Fernando Catão. Não conseguiu, mas negociou a transferência da secretaria, hoje vinculada ao Ministério do Planejamento, para a Presidência da República. A liderança do PMDB na Câmara quer assegurar agora a indicação do ministro dos Transportes. Os dois nomes oferecidos ao governo são os dos deputados Moreira Franco (RJ) e Eliseu Padilha (RS). Os dois integraram o comando da campanha pela emenda da reeleição. Moreira é ex-governador do Rio e relator da reforma administrativa, mas Padilha tem um cacife forte: o apoio do governador Antônio Britto (RS), que lidera o setor do PMDB mais alinhado com as teses políticas defendidas pelo Palácio do Planalto. Senado Na estratégia de acomodação dos interesses peemedebistas traçada pelo governo, os senadores do partido indicariam o novo ministro da Justiça. Se não houver acordo com o Planalto, os senadores poderiam ficar com outro ministério, deixando a Justiça para outro partido. Os números do governo para a votação do segundo turno da reeleição foram conferidos na última reunião dos líderes partidários com o ministro Sérgio Motta (Comunicações), designado por FHC para ser o principal articulador da reeleição. O governo já teria 363 votos, 26 a mais do que no primeiro turno. Com a liberação das bancadas de Goiás e Pará pelos senadores Iris Rezende e Jader Barbalho, o PMDB daria pelo menos mais 12 votos. O apoio do PPB também deve crescer. Texto Anterior: Maior cheque é de R$ 21 mi Próximo Texto: PMDB e PFL fazem acordo Índice |
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