São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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Modelos ficam com fome no MorumbiFashion

CESAR FASSINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Modelos e maquiadores com fome e sede foram ontem o tom do primeiro dia do MorumbiFashion Brasil, que reúne 24 desfiles das principais confecções brasileiras. O evento acontece até terça-feira no andar térreo do prédio da Fundação Bienal, zona sul de SP.
Uma cláusula do contrato que prevê alimentação de modelos e maquiadores por conta da marca passou despercebida por algumas grifes que desfilaram ontem.
A marca de sapatos Azaléia fez às 15h30 o primeiro desfile do dia, de abertura oficial do evento. Desde as 7h a sala de maquiagem funcionava sem água ou comida.
Marcus Panthera, da agência de modelos Mega, diz que recebeu um comunicado do evento dizendo que o MorumbiFashion seria responsável por um lanche para as modelos. "A organização pediu paciência", completa.
"No mundo inteiro tem água e nesse evento não tem", reclama a modelo Shirley Mallmann, 20, estrela da temporada. "Meu ensaio foi às 10h. Fui comer em casa. Mas o pior de tudo é mesmo a água", diz o modelo Gianechini, 24. "Saí de casa em jejum porque estava com medo da multa para quem chega atrasado. Voltei para casa para tomar café e retornei correndo. Só às 13h30 a Marcia Gimenez, estilista da Equilíbrio, conseguiu um lanche para a gente", diz Cris Ribeiro, 22, modelo.
"Para alimentar 500 pessoas e centralizar isso tudo acabaria perdendo a qualidade. Então ficou determinado que cada confecção resolveria como fazer", diz Paulo Borges, diretor do evento.
No meio da tarde de ontem os maquiadores ameaçaram parar de trabalhar, caso não comessem.
Angela Fonseca, 42, dona da agência Angel, responsável pelos maquiadores Mauro Freire, Lili Ferraz e Duda Molinos, aponta: "Não tem nada para comer, o que a marca trouxer é bom. Mauro mandou comprar salgadinhos e água para a equipe dele, que faz o desfile da Equilíbrio. Soube que a agência First também comprou sanduichinho do próprio bolso para seus maquiadores".
Houve também "tráfico de crachás". O Espaço Elle, da revista "Elle", para jornalistas e Vips, tem sanduíches e bebida. Quem tinha a credencial emprestava para outros, que então entravam. No prédio da Bienal só tem um bar funcionando, que só abriu às 14h.

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