São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997 |
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Albergues cadastram moradores de rua
MARCELO OLIVEIRA
Ontem à noite, 44 pessoas se inscreveram no albergue Glicério, sob o viaduto Glicério, no centro. Os interessados vão ser encaminhados, em grupos de dez, na próxima semana, para a Superitendência Regional do Bem-Estar Social (Surbe) da Sé. O salário será de R$ 255,20 por mês. Um dos que vai tentar a sorte é o alagoano de Arapiraca Edson Rosa de Lima, 22, o Tatu. Ele está há um mês no albergue e seu sonho é conseguir juntar dinheiro para comprar um terreno para construir uma casa embaixo da terra."Quero um chão bom, de terra vermelha, para eu construir minha casa de novo." Lima pretende repetir o sucesso que fez em 92 na sua cidade natal, tornando-se uma espécie de atração turística local, quando construiu sua casa "underground". O albergue Pedroso, que abriga atualmente 115 pessoas e é mantido pela comunidade metodista, já escolheu 14 pessoas para ser enviadas também para a Surbe da Sé. O grupo, formado exclusivamente por homens, já está com todos os documentos prontos. Dos 115 frequentadores do albergue, 11 já conseguiram emprego fixo e preparam-se para deixar o local. Falta d'água A falta d'água no reservatório da Casa de Convivência do Brás impediu que fosse feita, ontem, a primeira triagem da casa. Ontem, a casa, com capacidade para 150 pessoas, atendeu 200, segundo Mariano Gaioski, 41, coordenador do local. Parte do público excedente era de 21 pessoas recolhidas pela PM durante a Operação Centro e encaminhadas para a casa. Às 10h começou a faltar água e Gaioski teve que cancelar os banhos, reduzindo as condições de higiene do local. "Só deu para fazer o almoço, porque a gente percebeu o problema rápido e guardou o pouco que restou para o preparo da comida." "A alternativa foi fechar mais cedo, após o almoço, e acabei perdendo algumas horas que iria gastar para o cadastramento, que será retomado segunda", explicou. Segundo a Sabesp, a falta d'água foi provocada por excesso de consumo na região. O diretor do Limpurb, Carlos Alberto Venturelli, está otimista com o início do projeto. Na sede do departamento está funcionando, improvisada, uma unidade de cadastramento para moradores de rua. Ele disse estar surpreso com as respostas que vem obtendo das casas e albergues, informando sobre a procura de moradores de rua interessados nas vagas. Texto Anterior: Saiba quem foram os jurados Próximo Texto: Covas libera R$ 104,5 milhões para região do Vale do Ribeira Índice |
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