São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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Chance perdida

JUCA KFOURI

O Santos perdeu uma ótima oportunidade de criar um caso que poderia mexer com o futebol brasileiro.
Mesmo amparado pela lei que lhe permitiria não jogar duas partidas em 24 horas, o time do ministro Pelé curvou-se à imposição da FPF e da CBF.
Imagine o leitor se o Santos se recusasse a fazer um dos jogos. Quem puniria o time do ministro, respaldado pela lei?
É por essas e por outras que se pode afirmar que os clubes são fortemente responsáveis pelo calendário que dizima seus atletas, cúmplices de uma situação absurda que, entre outras coisas, gera convites para jogar a Copa do Brasil e inibe a reação devida.
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Paulo Henrique Amorim é craque. O novo "Jornal da Band" começa a romper uma velha tradição do telejornalismo brasileiro, que sempre evitou noticiar fatos que pusessem em risco os contratos com as entidades do futebol e seus patrocinadores.
A notícia de que a Nike, patrocinadora da CBF, teria influenciado na convocação de Romário oxigena o jornalismo esportivo da TV e pode inaugurar um novo tempo, obrigando os concorrentes a seguir a mesma trilha, a trilha do bem informar seus espectadores.
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A parada técnica é um porre e fez bem a Fifa, depois de permiti-la no ano passado, em proibi-la agora no Paulista. A CBF, no entanto, não está fazendo nada mais que seguir uma velha máxima: aos inimigos, a lei. E a briga CBF x FPF está só começando.
O Tribunal de Justiça da CBF preparou direitinho a cama do Bahia e a volta do Fluminense à primeira divisão. Primeiro, por meio de Paulo Eliseo, presidente do inquérito que investigou um suposto suborno do árbitro na vitória do Bahia sobre o Vasco no Campeonato Brasileiro passado, ao tratar de tranquilizar o clube de Salvador, informando que não havia nada que incriminasse o tricolor. E, agora, ao surpreendentemente denunciar o árbitro goiano Marques Dias da Fonseca, abrindo o caminho para anular o jogo, derrubar o Bahia e ressuscitar o Fluminense. Que vergonha!
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Uma boa notícia para quem anda com saudades dos comentários de Tostão. Se tudo der certo, e ele está otimista, o melhor comentarista esportivo da TV brasileira voltará a partir de 15 de março na mesma Band.

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