São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997 |
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Desfile de moda? Tô fora! Chega de osso!
JOSÉ SIMÃO
Tem um amigo meu que gosta de mulher que tá revoltado com essa moda Frankestein: cabelo de bruxa, make de bruxa e bronzeado coalhada. E quem faz mais sucesso em desfile de roupa é bofe SEM roupa. Aqueles rinocerontes de sunga continuam arrasando na passarela! E agora mais cinco dias de desfile, Morumbi Fashion lá na Bienal. Depois de oito dias de desfile pode passar um enterro ou uma escola de samba que tanto faz. Rarará. Num guento mais. Eu acho que eu vou fazer como o Renato Gaúcho, que veio pra São Paulo só pra dizer que ia continuar no Rio. Eu acho que eu vou só pra avisar que eu não vou! Eu já sei como vai ser: aquele monte de gente vestida de preto indo duma sala pra outra, punc, punc, punc. Aeroporto de Urubu! Rarará! E adorei essa manchete: "Phytoervas traz insetos, drama e bonecas". Principalmente bonecas. Rarará. E os temas? "Ah, eu me inspirei em Santos Dumont porque ele era criativo e usava salto alto porque era muito baixo." Santos Dumont era uma biba com o sonho de voar. Rarará! E aqueles bofes marombados com macaquinho de lycra? Uma amiga minha diz que pagava pra me ver com um macaquinho de lycra. E com esse calor como é que você tira um macaquinho de lycra? Fica grudado no corpo. Pra sempre! Precisa de três caras. Um pra vestir e dois pra ajudar a tirar. E junta aquele cara de macaquinho de lycra com aquela fantasiada de inseto num motel. Três diárias só pra tirar a roupa! E depois que tira tudo, brocha. Rarará. Ô, vida ingrata. Hoje só amanha. E-mail: simao@uol.com.br Texto Anterior: Protestos e ameaças marcam estréia de 'Evita' na Argentina Próximo Texto: Mão na massa; Notícia no ar; Memória; Susto Índice |
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