São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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Idéia foi criticada e passou por revisões

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O projeto original de informatização das escolas recebeu ataques de todos os lados e foi revisto dezenas de vezes antes de ganhar o formato definitivo.
As principais críticas eram que o governo deveria priorizar o aumento de salário de professores e a melhoria da estrutura das escolas em vez de comprar computadores.
O projeto original foi abandonado pelo próprio ministro Paulo Renato Souza (Educação) porque previa a compra e distribuição dos computadores às escolas antes do treinamento dos professores.
Depois de mandar técnicos para a França, EUA e Canadá e contratar os serviços do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e da Universidade de Londres, o MEC reestruturou o projeto.
O número de computadores a serem comprados foi reduzido, e a verba para treinamento cresceu.
Ainda assim restam críticas ao projeto final. As principais são em relação ao tipo de equipamento escolhido (microcomputadores compatíveis com o padrão IBM/PC com processadores da categoria pentium) e à falta de hábito dos professores de usar metodologias alternativas que ainda não têm eficácia comprovada.
O próprio governo admite que o equipamento escolhido terá vida útil de, no máximo, cinco anos.
"Poderíamos esperar para comprar computadores mais modernos, mas em informática sempre estamos na iminência do surgimento de equipamentos melhores. Não dava para ficar esperando, e nada impede que, com o tempo, os Estados modernizem os equipamentos que distribuímos", disse Pedro Paulo Poppovic, secretário de Educação à Distância.
Quanto à resistência dos professores em adotar novas tecnologias, o próprio Poppovic admite que há pouco a ser feito.
"Sempre haverá uma minoria de entusiastas e outros que resistirão totalmente ao uso de computadores. Caberá a nós trabalhar da melhor maneira possível a maioria indefinida."
Pesquisa realizada nos EUA constatou que os professores que não eram nem contrários nem favoráveis ao uso de novas tecnologias levaram em média sete anos para incorporar o uso dos computadores em sala de aula.
(DF)

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